Insegurança eleva procura por papéis dos EUA

A indefinição da crise europeia, agora com o foco na Espanha, faz com que os investidores aumentem a procura por aplicações consideradas mais seguras.

Esse movimento levou o rendimento pago pelos títulos de dez anos dos Estados Unidos ao menor patamar desde 1946 -quanto maior é a procura pelos papéis, menor é o retorno pago por eles.

A queda nos títulos dos EUA parecia impensável em agosto do ano passado, quando a agência Standard & Poor's retirou a nota máxima dos papéis, considerados os mais seguros do mundo.

Mas a busca não ficou restrita aos títulos americanos: o retorno pago pelos britânicos atingiu o menor patamar desde 1703, e os alemães pagavam 1,28% ao ano -menor valor histórico.

Esses papéis são um contraste com a situação dos da Itália e da Espanha e também com a do euro. A Itália teve que pagar juros de 6% para vender títulos de dez anos, enquanto os da Espanha são negociados a quase 7%.

Esses patamares são considerados insustentáveis para os países no médio prazo.

A preocupação com a região também afugentou os investidores do euro, que ontem foi negociado a US$ 1,24, o menor valor em dois anos.

Em meio a essa tensão, a Comissão Europeia propôs a criação de uma "união bancária", que pudesse resgatar instituições financeiras sem passar pelos governos.