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Análise

Base de Obama diz que ele não é suficientemente de esquerda

ROSS DOUTHAT
DO “NEW YORK TIMES”

Caso Barack Obama seja derrotado na campanha de reeleição, muitos progressistas não demorarão a alegar que ele só perdeu porque não é progressista o bastante.

Mas, se surgir consenso entre os centristas quanto a uma possível derrota de Obama, girará em torno da ideia de que a Casa Branca investiu capital político excessivo na aprovação da reforma da saúde, em 2009 e 2010, quando deveria ter se concentrado na economia.

Será uma narrativa de fácil adesão, porque imputará a culpa pela derrota à empreitada mais progressista do governo Obama, sem discutir o que o governo deveria ter feito em lugar disso. (Mais estímulo à economia? Reforma tributária? Pressionar Bernanke quanto à política monetária? Austeridade? Resgate preventivo à zona do euro?)

No entanto, o fato de que um argumento serve bem aos centristas não o torna falso. Sem o esforço épico pela aprovação da reforma na saúde, o governo teria tido mais espaço para fazer outra coisa na área econômica, o que poderia ter beneficiado a imagem pública do presidente.

Mesmo que você não acredite que uma abordagem mais voltada à reforma teria feito diferença imediata no desemprego, ela teria tido consequências secundárias importantes na política.

A imagem do Partido Democrata não teria sofrido tanto abalo, o Tea Party ficaria sem ar e os avanços republicanos teriam sido menores.

Isso teria dado a Obama mais força nas numerosas disputas quanto à redução do deficit, e provavelmente mudado a lastimável história quanto à elevação do limite ao endividamento federal.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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