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Espanha vira alvo após alívio com Grécia

Vitória de partido grego pró-euro traz apenas respiro temporário à eurozona; juro espanhol atinge recorde

Madri pede ação do Banco Central Europeu; Itália também sofre pressão e diz que pleito grego 'não convenceu'

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um dia depois de a eleição na Grécia aliviar temores de saída iminente do país da zona do euro, a atenção do mercado financeiro se voltou para outro foco de instabilidade: a Espanha.

Os juros dos títulos da dívida espanhóis quebraram um novo recorde e atingiram pela primeira vez, desde a implantação do euro, 7,30%.

Nesse patamar, o refinanciamento de um país é considerado insustentável, e um pacote passa a ser visto como única alternativa. O problema é que a Espanha é grande demais para ser socorrida -tem 11% do PIB do euro.

O risco-país -diferença entre os juros pagos nos títulos nacionais em comparação aos alemães- fechou em 574 pontos, outro recorde.

Há ceticismo entre investidores sobre se o país conseguirá vender € 5 bilhões em títulos da dívida em dois leilões a partir de hoje.

Na Espanha e na Itália -os dois países vistos como os mais vulneráveis ao contágio da Grécia-, as bolsas caíram cerca de 3% ontem.

O rendimento dos títulos italianos também sofreu alta, chegando a 6,20%.

Madri fez um apelo ao Banco Central Europeu (BCE) para que aja para aplacar o "ataque contra o euro".

"O BCE precisa responder firmemente, com confiança, contra essas pressões do mercado que ainda estão tentado descarrilar o projeto do euro", disse o ministro das Finanças espanhol, Cristóbal Montoro.

Na Grécia, a situação continua precária, mesmo após a votação ter dado chance à formação de um governo liderado pelo Nova Democracia, visto como mais pró-europeu que o esquerdista Syriza, que terminou em segundo (leia nesta página).

"Podemos ver que os mercados não estão convencidos", disse o premiê italiano, Mario Monti, durante cúpula do G20 no México. "Precisamos desenhar um mapa do caminho claro e definitivo com ações para aumentar a credibilidade do euro."

"O resultado das eleições gregas reverteu os cenários alarmantes mais imediatos para a zona do euro, mas não muda nada na perspectiva de médio prazo", disse Stephen Lewis, do Monument Securities, ao jornal britânico "Guardian".

INADIMPLÊNCIA

Segundo dados do Banco da Espanha divulgados ontem, a inadimplência de bancos espanhóis subiu para 8,72% da carteira em abril, maior nível desde abril de 1994. No mês anterior, o indicador havia sido de 8,37%.

Os empréstimos não pagos no prazo aumentaram no mês passado em € 4,7 bilhões ante março, para € 153 bilhões.

A Espanha obteve um pacote de € 100 bilhões para recapitalizar seus bancos, mas investidores temem que isso possa apenas aumentar a dívida espanhola e levar, mais tarde, a um programa maior de socorro soberano.

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