Índice geral Mundo
Mundo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Assange pede asilo político ao Equador

Ativista do WikiLeaks, que cumpria pena domiciliar em Londres, se refugia em embaixada do país sul-americano

Australiano temia extradição para Suécia e posteriormente para os EUA, por vazamento de documentos na web

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

Julian Assange, 40, fundador e líder da organização WikiLeaks, que ganhou notoriedade ao divulgar na internet documentos diplomáticos e vídeos confidenciais do governo dos EUA, solicitou ontem asilo político ao Equador e se refugiou na embaixada do país em Londres.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, o requerimento está sendo avaliado pelo governo. Assange permanecerá sob proteção da embaixada do país até que a questão seja resolvida.

O ministro explicou à imprensa, em Quito, que o ativista enviou uma carta ao presidente Rafael Correa alegando sofrer perseguição.

O australiano travou longa batalha judicial no Reino Unido, onde vive e cumpria prisão domiciliar, mas esgotou todas as possibilidades de recurso sem conseguir reverter a decisão de extradição para a Suécia, país em que é acusado de estupro e violência sexual por duas mulheres.

Na quinta-feira passada, dia 14, a Suprema Corte britânica rejeitou por unanimidade o último recurso de Assange e declarou que a decisão de extradição deve ser executada depois de 28 de junho. O ativista não teve nenhuma decisão favorável a seu pedido nos mais de dois anos do caso.

Na carta ao presidente do Equador, Assange afirma que a perseguição que sofre "em diversos países deriva não só" de suas ideias e ações, mas de seu "trabalho ao publicar informações que comprometem os poderosos, de publicar a verdade e, com isso, desmascarar corrupção e graves abusos aos direitos humanos ao redor do mundo".

Assange não escolheu o Equador por acaso. Em 30 de novembro de 2010, o site da BBC noticiou que o vice-ministro de Relações Exteriores do Equador ofereceu domicílio ao ativista.

Além disso, recentemente o presidente Rafael Correa foi um dos entrevistados do programa "The World Tomorrow" (o mundo amanhã), apresentado por Assange na emissora russa RT.

Durante a entrevista, feita pela internet, Correa disse que jamais permitirá que políticas dos EUA afetem a soberania de seu país e chegou a tratar Assange como "querido Julian".

SOLDADO AMERICANO

Assange teme que a extradição para a Suécia sirva apenas de escala para que os EUA façam um novo pedido para julgá-lo em solo americano.

O ativista receia que seu destino seja similar ao de Bradley Manning, soldado americano suspeito de vazar documentos para o site, preso desde maio de 2010 sob estritas condições.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.