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Brasil é modelo para candidatos mexicanos

Principais concorrentes da eleição presidencial de domingo citam Petrobras, FHC, Lula e Dilma como referências

Esquerdista repete o "Lula Paz e Amor" de 2002; candidata do governo refere-se à "faxina" de Dilma

SYLVIA COLOMBO
ENVIADA ESPECIAL À CIDADE DO MÉXICO

O candidato presidencial da esquerda nas eleições mexicanas, Andrés Manuel López Obrador, sempre foi conhecido como AMLO, por conta de suas iniciais.

Desde que começou a campanha eleitoral, porém, esse apelido mudou. Agora, ele é chamado de AMLOVE, desde que propôs, inspirado no "Lula Paz e Amor", transformar o México numa "república amorosa".

O Brasil está duplamente presente nas eleições mexicanas, que acontecem no próximo domingo.

Por um lado, nos programas dos candidatos, que se referem aos avanços econômicos recentes do Brasil como exemplo.

Por outro, pelo fato de figuras como Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma terem virado referência para políticos latino-americanos.

O favorito nas pesquisas, Enrique Peña Nieto (PRI), evoca sempre o modo como a Petrobras se transformou em empresa de capital aberto e as mudanças realizadas pela ação de FHC.

Uma das principais bandeiras do priísta é abrir a tradicional Pemex (Petroleos Mexicanos) à participação do capital privado.

"O futuro da Pemex virou um dilema ideológico importante. No passado, sua nacionalização foi uma postura histórica do PRI; hoje, o mesmo partido quer privatizar parte dela. O Brasil entra para justificar essa mudança de posição", diz à Folha Jean-François Prud'Homme, analista político do Colegio de México.

López Obrador (PRD) já disse várias vezes que, se fosse ele o presidente eleito em 2006, e não o conservador Felipe Calderón, seria o México, e não o Brasil, quem estaria liderando a América Latina hoje.

Já a candidata da situação, Josefina Vázquez Mota (PAN), apesar de ser de direita, espelha-se na presidente Dilma Rousseff. Durante a campanha, mencionou a "faxina" da brasileira contra a corrupção como um exemplo de como uma mulher no poder podia ser eficiente com relação a velhos problemas políticos.

"A perda da liderança do México em assuntos internacionais é algo que os mais conservadores lamentam. Calderón não gosta dessa posição do Brasil. Até outro dia, tínhamos o México atuando em Cuba, na América Central. Agora, as gestões do Brasil junto à Venezuela, à Argentina e ao Paraguai têm mais visibilidade e incomodam", diz a ex-deputada e analista política Cecilia Soto.

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