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País de Chávez turbina superavit de sócios FLÁVIA MARREIRODE SÃO PAULO Mesmo sem ser integrante plena do Mercosul, a Venezuela, dona das maiores reservas de petróleo do mundo e importadora de tudo o mais, já ajudava na balança comercial de seus sócios, em especial Brasil e Argentina. O país de Hugo Chávez sozinho foi responsável por 11% do total do superavit da balança comercial brasileira em 2011, US$ 3,3 bilhões dos US$ 29,8 bilhões de saldo. O volume das exportações brasileiras -o terceiro maior fornecedor da Venezuela- foi capaz de amainar, nos últimos anos, as críticas do setor privado brasileiro à adesão. Procuradas ontem, a Fiesp e a CNI (Confederação Nacional da Indústria) não haviam se manifestado sobre o tema até a conclusão desta edição. Com a entrada da Venezuela, a expectativa é que o fluxo comercial cresça mais. O processo, contudo, deve demorar. Descontadas eventuais querelas jurídicas do suspenso Paraguai e idiossincrasias legais da Venezuela, requererá uma complexa ginástica diplomática e técnica de no mínimo quatro anos. O ponto principal é ajustar a Venezuela às regras tarifárias do bloco, especialmente à TEC (Tarifa Externa Comum). A TEC deveria ser uma tabela comum de taxação de importação extrabloco, mas, na prática, abriga numerosas exceções que podem crescer. "A entrada da Venezuela agora é uma decisão inteligente", diz Deisy Ventura, professora da USP e especialista em Mercosul. "A TEC é um problema político, que não piora com o novo país." Ventura não vê atropelo jurídico na decisão de integrar a Venezuela. Para ela, ao violar a cláusula democrática do bloco com o impeachment-relâmpago de Fernando Lugo, o Paraguai perdeu o direito de deliberar. "O Paraguai está suspenso. Quem não participa não delibera", afirma. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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