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Presidente egípcio diz que respeita decisão da Justiça

Após desafiar Suprema Corte e restaurar Parlamento, Mursi baixa tom de confronto

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente do Egito, Mohamed Mursi, divulgou ontem comunicado em que diz estar "comprometido com as decisões da Justiça egípcia" e com a necessidade de prevenir conflitos no exercício dos seus poderes de Estado.

A nota é considerada uma tentativa de colocar panos quentes na relação do presidente, empossado há apenas 12 dias, com a Suprema Corte do país e o poder militar.

Pouco antes da eleição de Mursi, o Judiciário egípcio dissolveu o Parlamento, sob a alegação de que um terço das cadeiras não fora preenchido por candidatos independentes, e os militares assumiram funções legislativas.

No último domingo, o presidente decidiu restaurar o Parlamento, mas a Suprema Corte manteve a decisão de dissolvê-lo. Os parlamentares -na maioria, ligados à Irmandade Muçulmana, grupo de Mursi- chegaram a fazer uma sessão-relâmpago de cinco minutos anteontem.

Na nota de ontem, Mursi também disse que promoverá "consultas a todas as forças políticas, instituições e autoridades judiciais para definir o melhor modo de sairmos desta situação e superarmos juntos o atual estágio".

Segundo o porta-voz da Presidência, Yasser Ali, Mursi quer "solução para o vácuo legislativo provocado pela dissolução do Parlamento".

Liberais egípcios como o esquerdista Hamdin Sabahi, terceiro lugar no pleito presidencial, criticam ao mesmo tempo a restauração do Parlamento contra a ordem judicial, apoiada pela Irmandade, e o exercício de poderes legislativos pelos militares.

As Forças Armadas são o esteio do poder no Egito desde a queda do rei, em 1952. Para analistas, a dissolução do Parlamento e a redução das prerrogativas de Mursi visam manter o poderio militar após a vitória eleitoral da Irmandade, que foi perseguida no país durante décadas.

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