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Rebelde vê "sinal positivo" em saída de diplomatas brasileiros

DO ENVIADO A ANTAKYA (TURQUIA)

O Brasil finalmente se deu conta da gravidade dos crimes cometidos pelo regime sírio, por isso decidiu retirar os diplomatas de Damasco.

A avaliação é de Abdel Basset Sayda, líder do CNS (Conselho Nacional Sírio), a principal coalizão opositora da Síria. Sayda considera a decisão "um sinal positivo" de mudança na posição brasileira, embora não esconda sua decepção com a omissão do governo do Brasil até agora.

"Queremos que o governo brasileiro aceite a vontade do povo sírio. Estamos lutando por liberdade e por justiça", disse Sayda à Folha na cidade turca de Antakya, perto da fronteira com a Síria.

Ao ser abordado sobre a retirada dos diplomatas brasileiros de Damasco, realizada na última sexta, Sayda abriu um sorriso e disse que estava sabendo. Apesar de o motivo alegado pelo Itamaraty ter sido a deterioração da segurança na capital síria, Sayda viu nele um gesto político.

"Síria e Brasil têm uma relação antiga e amistosa. Esperávamos uma posição mais clara de apoio às ambições de nosso povo contra a ditadura criminosa de Bashar Assad. Talvez agora possamos colaborar para ajudar o povo sírio na luta por liberdade."

Dissidente exilado na Suécia, Sayda, 56, veio a Antakya se solidarizar com os mais de 30 mil refugiados sírios que chegaram a esta região turca nos últimos meses.

Ele criticou o terceiro veto de Rússia e China na ONU a sanções contra o regime de Assad, na quinta, e disse que Moscou "é cúmplice nas mortes de crianças sírias" por fornecer armas ao país.

PEDIDO DE RENÚNCIA

Os países da Liga Árabe, reunidos em Doha, pediram a renúncia de Assad e chamaram a oposição e o ELS (Exécito Livre da Síria) para formar um governo de transição.

Ontem, rebeldes sírios iniciaram uma operação para conquistar a segunda maior cidade do país, Aleppo. Em Damasco, as tropas do regime voltaram a agir para tomar o controle da capital.

O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, disse ontem à rede Fox News que "Israel deverá agir caso exista o risco de armas químicas e mísseis da Síria caírem nas mãos de grupos militantes".

Israel teme que militantes do Hizbollah ou da Al Qaeda utilizem o arsenal para atacar seu território.

(MN)

Com agências de notícias

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