Ex-preso faz documentário sobre protestos

Uma das prisões ocorridas na onda de protestos que ganharam maior repercussão foi a de Fahim Alan, 26. Formado em direito por Oxford, foi preso na segunda noite de caos, acusado de atirar um tijolo num policial. Ele nega e diz que só observava o movimento após visitar a avó.

O rapaz foi um dos atingidos pela política segundo a qual prender, julgar rápido e punir exemplarmente os suspeitos devolveria à população o senso de que ferir a lei ainda implicava punição, coibindo futuros crimes.

"Meu julgamento durou meia hora", diz Alan. "Eu estava cansado, não sabia direito o que acontecia. O advogado que me foi designado estava cansado. Naquele momento, eu e aquelas pessoas não tínhamos como nos defender. E deveríamos."

Condenado, Alan passou seis semanas atrás das grades, antes de obter fiança e liberdade condicional. Em março, foi totalmente absolvido. Livre, produz agora um documentário sobre o que considera as "reais questões" evocadas pelos protestos.

"Não se pode separar política e vida cotidiana. Quando uma pessoa rouba um tênis, está atacando o capitalismo. Quando ataca um policial, revida a forma como se vê atacada por ele todo dia."