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Bombardeio egípcio ao Sinai mata 20

Novo presidente troca chefe de inteligência em resposta a atentado que matou 16 policiais na zona no domingo

Crise de segurança na península é primeiro teste para a relação do islâmico Mursi com o governo israelense

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente do Egito, Mohamed Mursi, demitiu ontem o chefe de inteligência do país horas depois que helicópteros egípcios bombardearam alvos próximos à fronteira de Israel na península do Sinai, o maior ataque na zona em quase 40 anos.

A mudança na segurança e a ofensiva foram a resposta de Mursi ao assassinato de 16 policiais egípcios no Sinai por um grupo de militantes radicais, no domingo.

Mursi pediu ao ministro da Defesa, Hussein Tantawi, que troque o comando da polícia militar, que controlava os postos na península e tem sido uma das forças mais ativas desde a queda de Hosni Mubarak, em 2011.

O mandatário também ordenou a substituição do chefe da guarda presidencial.

A situação no Sinai é um teste para o primeiro presidente islâmico do Egito - no poder desde junho- no plano doméstico e nas relações com Israel e os palestinos.

Por um lado, não está claro quanto as trocas na área de segurança representam um ganho de autoridade de Mursi ante o poderoso Exército comandado por remanescentes da ditadura Mubarak.

Por outro, ao mesmo tempo em que muda em casa, o novo governo egípcio precisa enviar uma mensagem a Israel, por décadas aliado de Mubarak, de que as relações bilaterais seguem estáveis. O ponto central entre os países é o tratado de paz de 1979, que devolveu o Sinai ao Egito.

O bombardeio ontem, em Sheikh Zouaid, matou aos menos 20 pessoas e foi o maior desde 1973.

Israel, que cobra do Egito maior controle sobre o Sinai desde 2011, sinalizou aprovar as mudanças em segurança.

Os problemas na península também colocam em xeque a promessa de Mursi de melhorar os intercâmbios com a faixa de Gaza, governada pelo Hamas -oficiais egípcios disseram que ativistas do grupo ajudaram no ataque contra os 16 policiais.

O Hamas é aliado da Irmandade Muçulmana, partido islâmico pelo qual Mursi foi eleito presidente.

Ontem, Mursi desistiu de ir ao funeral dos policiais depois que seu premiê foi acossado por um protesto anti-Irmandade. Os manifestantes dizem que os laços do partido com o Hamas o tornam cúmplice dos assassinatos.

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