Índice geral Mundo
Mundo
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

BC dos EUA indica ação contra desemprego

Ben Bernanke, presidente da entidade, insinua nova rodada de medidas de estímulo à economia; Bolsas sobem

Ele citou o objetivo de promover 'melhoria sustentável no mercado de trabalho'; índice de desemprego é de 8,3%

Ted S. Warren/Associated Press
Presidente do Fed, Ben Bernanke (esq.), conversa em Jackson Hole com o líder do Banco Central de Israel, Stanley Fischer
Presidente do Fed, Ben Bernanke (esq.), conversa em Jackson Hole com o líder do Banco Central de Israel, Stanley Fischer

RAUL JUSTE LORES
DE NOVA YORK

A possibilidade de mais um pacote de estímulo à economia americana ganhou fôlego ontem após o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano, Ben Bernanke.

Em uma conferência promovida pelo banco, Bernanke fez diversas referências ao desemprego nos Estados Unidos.

Ele afirmou ainda que as anteriores rodadas de compras de títulos pelo Fed produziram resultados "economicamente significativos", contribuindo para diminuir o preço do crédito para as empresas e para o aumento do valor das ações em Bolsa.

O mercado reagiu bem, com altas nas Bolsas em todo o mundo, à possibilidade de uma nova rodada do chamado "quantitative easing", prática de compra de títulos do Tesouro que injeta dinheiro na economia.

Ele citou um estudo indicando que o efeito combinado das anteriores rodadas de compras pelo Fed foram responsáveis pela criação de 2 milhões de empregos.

"É importante progredir mais, especialmente no mercado de trabalho", afirmou no encontro, que ocorreu em Jackson Hole, no Wyoming.

Bernanke disse ainda que, mesmo diante das "incertezas e os limites das ferramentas à nossa disposição", o Fed fará o necessário para "promover uma recuperação econômica mais forte e uma melhoria sustentável no mercado de trabalho".

Depois de descrever os benefícios das ações passadas e as consequências potenciais de voltar a fazê-lo, ele deixou claro que não descarta mais uma nova rodada do "quantitative easing".

"Os custos das políticas monetárias não tradicionais parecem controláveis, o que significa que não deveríamos descartar o futuro uso destas políticas se as condições econômicas exigirem".

SEM PRAZO

Bernanke não deu sinais de quando pode agir, nem quais seriam os próximos passos, mas o mercado especula que isso possa acontecer na próxima reunião do comitê de política monetária, entre os próximos dias 12 e 13 de setembro.

No próximo dia 7, o governo divulgará o número oficial do desemprego em agosto, dado fundamental na atual campanha presidencial americana.

O desemprego está em 8,3% e as eleições ocorrem em 6 de novembro. Para muitos, uma mudança para cima desse índice pode ameaçar a reeleição do presidente democrata Barack Obama.

Bernanke afirmou ainda que a estagnação do mercado de trabalho preocupa o governo "não somente por causa do enorme sofrimento e do desperdício de talento humano, mas também porque a persistência do alto nível de desemprego fará um estrago estrutural na economia".

Em resposta à crise financeira e à recessão no período de 2007 a 2009, o Fed deixou as taxas oficiais de juros entre zero e 0,25% e comprou cerca de US$ 2,3 trilhões em títulos do governo e hipotecários.

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.