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Bispos pedem perdão por interferir na saída de Lugo

Conferência diz que temia banho de sangue

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Mais de dois meses após o contestado impeachment do presidente e ex-bispo Fernando Lugo, os bispos do Paraguai pediram "perdão" pela interferência no julgamento político que levou à sua destituição relâmpago.

"A atuação de alguns bispos da CEP [Conferência Episcopal do Paraguai] na noite de 21 de junho se deu pela notícia recebida de um iminente derramamento de sangue", diz a CEP, em nota.

"Sabendo que nossa missão primordial é criar um ambiente de paz e comunhão, assumimos nossa responsabilidade no caso de não termos dado testemunho de comunhão", completa.

Na noite anterior à votação no Senado paraguaio, o presidente da conferência, monsenhor Claudio Giménez, e o arcebispo Edmundo Valenzuela, foram, acompanhados de outros dois religiosos, até a residência de Lugo para pedir sua renúncia.

"Se foram cometidos erros, pedimos a compreensão e o perdão", diz o grupo de bispos, que ainda reconhece, na carta, suas "limitações e erros como Igreja". "Talvez tenhamos colocado mais ênfase no humano do que no divino."

A Igreja Católica, um dos atores de maior peso na política do Paraguai, sempre teve uma relação complicada com Lugo, principalmente após os escândalos de paternidade relacionados à época em que ainda era sacerdote.

A Igreja foi um dos primeiros setores a dar apoio ao governo de Federico Franco.

No dia seguinte ao impeachment, Giménez respaldou a votação no Senado e disse à Folha considerar Lugo culpado pelo massacre de Ñacunday, onde morreram 17.

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