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BC Europeu deve anunciar hoje compra de títulos

Objetivo é auxiliar os países em crise

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

O Banco Central Europeu (BCE) deve anunciar hoje a aguardada decisão de ingressar de forma ilimitada no mercado de títulos de dívidas públicas da zona do euro para auxiliar países em crise.

A perspectiva de boas notícias no combate à crise reduziu o valor dos juros de títulos vendidos por Itália e Espanha, dois países que potencialmente se beneficiarão com a medida, e o euro se valorizou diante do dólar.

O governo da Alemanha, maior economia do continente, e seu banco central são contra essa proposta.

Argumentam que a tarefa do BCE é manter a inflação sob controle na região e que, ao comprar títulos de países em crise para valorizá-los, a instituição está financiando Estados.

A agência de notícias Bloomberg, especializada em economia, teve acesso a uma minuta do documento que estabelecerá as novas ações.

Seus detalhes devem ser apresentados após a reunião de política monetária do conselho de administração da instituição. O documento prevê que o BCE comprará títulos de dívida com vencimento em curto prazo, até três anos, no mercado secundário -entre investidores, e não diretamente dos governos.

O banco também deve abdicar de seu status de credor preferencial nessas intervenções no mercado, para que o plano tenha o efeito desejado de acalmar os investidores e, assim, reduzir os juros que os países precisam pagar para financiar suas contas.

O volume de recursos aplicado nesse programa seria compensado reduzindo os valores aplicados em outros pontos do sistema gerenciado pelo BCE, garantindo que a oferta monetária total permanecerá a mesma.

A instituição não deve fixar publicamente critérios sobre os níveis de juros em que começará a comprar títulos.

EXIGÊNCIAS

Outro ponto que o BCE deve anunciar hoje é que essa compra de dívida estará sujeita a condicionalidades, como o pedido prévio de socorro ao fundo de resgate financeiro a países em crise.

A compra de títulos poderá ser suspensa se o país não cumprir tais exigências.

Analistas não são unânimes quanto à adoção das medidas. Enquanto alguns celebram a intervenção do BCE na resolução da crise e o fato de não haver limite para a compra de títulos, outros dizem que o programa não é tão agressivo quanto poderia ser.

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