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Em desafio a diálogo, Farc pedem cessar-fogo

Grupo colombiano quer prisioneiro nos EUA como negociador; presidente deve rejeitar

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) anunciaram ontem três representantes para as negociações de paz com o governo, incluindo um guerrilheiro que cumpre pena nos EUA, no primeiro desafio ao processo de diálogo que começa em 8 de outubro, em Oslo.

Em entrevista coletiva em Havana, integrantes da guerrilha também disseram que vão propor já na primeira reunião um cessar-fogo bilateral, outro ponto delicado, já que o presidente Juan Manuel Santos prometeu seguir combatendo as Farc no país durante as conversas.

"Vamos propor um cessar-fogo imediatamente quando sentemos à mesa [para negociar]", disse Mauricio Jaramillo, conhecido como "o Médico", um dos porta-vozes.

Os nomes propostos para a negociação até agora são Jesús Santrich, da cúpula das Farc, e Iván Marquez, considerado o número 2.

Os porta-vozes também pediram a presença de Ricardo Palmera, o Simón Trinidad, 62, como negociador, ainda que ele cumpra pena de 60 anos de cadeia nos EUA, para onde foi extraditado em 2004. "Simón Trinidad é o símbolo da dignidade dos lutadores populares da América Latina. [...] Por isso ele vai estar na mesa independentemente do incômodo que possa causar", disse Jaramillo.

Em Bogotá, o presidente Juan Manuel Santos reiterou que não haverá cessar-fogo e disse que as petições na mesa de diálogo devem ser "realistas." Questionado sobre Trinidad, disse: "Não depende de nós".

Em Cuba, um dos guerrilheiros matizou a exigência. "Não há tema a que não se possa chegar a uma solução na mesa", disse Rodrigo Granda, considerado por anos o "chanceler das Farc".

Na entrevista, os porta-vozes das Farc negaram que mantenham civis em seu poder -ONGs na Colômbia falam até em 400 pessoas na selva à espera de resgate. Também negaram ter vínculos com o narcotráfico, embora seja o principal meio de financiamento da guerrilha.

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