Índice geral Mundo
Mundo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Eleições EUA

Ataque vira arma de campanha nos EUA

Romney acusa Obama de 'hesitar' diante de inimigos e afirma que liderança americana é 'dolorosamente' necessária

Candidato classifica de 'vergonha' a reação da Casa Branca; para presidente, rival 'atira antes e pergunta depois'

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Com as pesquisas eleitorais dando ligeira vantagem a Barack Obama, o candidato republicano à Casa Branca, Mitt Romney, evitou a solidariedade política que é praxe em momentos de instabilidade externa e fez da morte do embaixador Chris Stevens, na Líbia, arma de campanha.

"É uma vergonha a primeira reação do governo Obama não ter sido condenar os ataques, e sim mostrar empatia aos executores destes", declarou logo cedo, aludindo também ao incidente anterior na embaixada no Egito.

Obama, que tentara estancar uma ferida cultural, revidaria com a caracterização do oponente como imaturo em política externa: "O governador Romney parece ter a tendência de atirar antes e perguntar depois. Como presidente, aprendi que não dá para fazer isso".

De fato, Romney teve de esclarecer que a primeira afirmação se referia sobretudo à invasão da missão no Cairo. Mas sua mensagem central foi repetida em nova nota.

"Esses atentados mostram que o mundo continua perigoso e que a liderança americana é dolorosamente necessária", afirmou, acusando o rival de "fugir da responsabilidade" e "hesitar" diante dos inimigos.

Embora a maior preocupação do eleitor americano seja a economia, o assassinato reaviva um debate apaziguado a favor de Obama.

Antes criticado por não intervir com soldados no conflito na Líbia (embora os EUA tenham armado os rebeldes), o presidente acabou politicamente beneficiado pela morte do ditador Muammar Gaddafi, em outubro passado.

Desde então, tem usado a transição líbia como trunfo de sua política externa de "liderar dos bastidores".

Para tentar virar o jogo, o republicano ontem evocou Deus e a Constituição para pedir uma liderança mais assertiva na região.

Contradisse, porém, a plataforma para a Líbia exposta em seu site, no qual defende investir no poder de influência dos EUA ("soft power") em detrimento do militar.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.