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Reformas na economia da Índia são alvo de protestos

Esquerda e direita se unem contra medidas liberalizantes do governo

Privatizações parciais e maior participação de estrangeiros no varejo integram o pacote; investidores elogiam

VICTOR MALLET
DO “FINANCIAL TIMES”

Partidos de oposição e comerciantes fizeram manifestações e greves em toda a Índia ontem contra as medidas econômicas tomadas pelo governo de coalizão do país.

Os manifestantes concentraram sua ira no corte do subsídio ao óleo diesel, que fez os preços subirem 14% na sexta passada, e na permissão de que investidores externos tenham participações majoritárias em supermercados e lojas de departamentos.

As reformas também incluem privatizações parciais de estatais e a abertura do setor de aviação a investimentos minoritários estrangeiros.

Mas o apelo dos nacionalistas do partido BJP e de outras legendas por uma paralisação nacional não obteve sucesso claro. Mumbai, capital comercial, praticamente não sofreu efeitos, e a maioria das lojas em Nova Déli funcionou normalmente.

A Confederação da Indústria Indiana estimou prejuízo de US$ 2,3 bilhões com a greve, mas instou o governo a não ceder à pressão política. A entidade disse esperar que as reformas "sejam o começo de uma série de medidas de que a economia precisa".

Instigadas pelo premiê da Índia, Manmohan Singh, as medidas foram bem recebidas pelos investidores, que disseram que ações pró-crescimento, via corte de subsídios e apoio ao investimento, já deveriam ter sido tomadas.

Após anos crescendo perto de 10%, o PIB deve subir menos de 7% neste ano, pouco para um dos países do mundo que tem mais pobres.

Esquerdistas, entre eles aliados de Singh em sua coalizão, opõem-se à liberalização; alguns veem a reforma como complô chefiado pelo Wal-Mart, gigante mundial do varejo. Já os líderes do BJP, de direita, aliam-se à esquerda para tentar desestabilizar o governo antes do final de seu mandato, em 2014.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

MOISÉS NAÍM
O colunista está em férias.

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