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Eleições EUA

Candidatos trocam farpas sobre economia

Barack Obama e Mitt Romney fazem primeiro debate presidencial nos EUA, em que divergiram sobre resposta à crise

Encontro em Denver foi morno; Obama disse que plano de rival para deficit é irreal e ouviu críticas a suas propostas

Win McNamee/Getty Images/AFP
Obama e Romney se cumprimentam antes de debate
Obama e Romney se cumprimentam antes de debate

LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL A DENVER

Em um debate morno no qual talvez a maior surpresa tenha sido o senso de humor de Mitt Romney, os dois principais candidatos à Casa Branca trocaram farpas sobre como cortar o deficit e lidar com programas sociais, com frequentes acusações ao oponente de "imprecisão".

Mas ambos chegaram ao fim do primeiro de três confrontos diretos oferecendo pouco além de reivindicações de que sua solução é melhor.

Segundo pesquisa CNN após o debate, 67% dos entrevistados apontaram vitória de Romney, e 25% de Obama.

Obama foi incisivo ao acusar o oponente de defender uma conta que não fecha para reduzir o deficit -na sua definição, cortes de impostos que somariam US$ 5 tri e aumento nos gastos da Defesa.

Romney o contestou três vezes -sem, contudo, explicar melhor seu plano.

Esse foi o tom da maior parte dos 90 minutos de debate: um candidato fazia uma proposta genérica (salvar a economia investindo em energia; investir em pequenos negócios; treinar mais mão de obra; poupar a classe média) e dedicava a maior parte do tempo a acusar o rival de planejar algo descabido.

O mediador Jim Lehrer, da rede pública PBS, pouco interferiu, limitando-se a interrompê-los quando se estendiam (às vezes, por cinco minutos) e propondo os temas de cada um dos seis blocos.

Ao abordar a economia -criação de empregos e redução da dívida, principalmente- Obama pôs Romney sucessivamente na defensiva:

"Não dá para cortar impostos, aumentar os gastos de Defesa e reduzir o deficit", afirmou Obama. "É matemática. Aritmética", completou, evocando discurso do ex-presidente Bill Clinton à convenção democrata.

Falando sempre mais depressa, e em um tom firme que se pôs lado a lado com a retórica professoral de Obama, Romney o corrigiu.

"Este não é meu plano" foi a frase mais repetida pelo republicano, cuja forma de falar vem de seus anos como executivo. Seguro, acusou Obama de não cumprir promessas sem soar agressivo.

"Você é presidente há quatro anos, disse que cortaria o deficit pela metade e nada", atirou, quando o democrata explicava sua fórmula. "Agora vem dizer de novo?".

Segundo analistas ouvidos pela Folha, se o republicano se equiparasse ao democrata, seria uma meia vitória, já que a expectativa recai sobre o presidente, três pontos à frente nas pesquisas.

Os dois candidatos focaram a classe média, enxertando nas respostas histórias de supostos eleitores que encontraram durante a campanha.

No caso de Obama, houve a narrativa pessoal -sobre sua avó, que só obteve independência financeira após anos de trabalho por contar com benefícios sociais.

Foi o melhor momento do presidente, alusão à declaração do rival de que 47% do eleitorado dependem do governo. "Dizer programa de benefícios, pode remeter a dependência, mas essa gente trabalhou duro."

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