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Eleições EUA

Desemprego cede e salva semana de Obama

Índice cai para 7,8% em setembro, menor nível desde 2009, e traz alento ao presidente depois de ter perdido debate

Queda pode provocar reviravolta na retórica da campanha; segundo o republicano Romney, recuperação é 'ilusória'

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

O índice de desemprego nos EUA surpreendeu e caiu para 7,8% em setembro. É o menor nível desde que Barack Obama chegou à Casa Branca, em janeiro de 2009 -o que pode causar uma reviravolta na retórica da campanha eleitoral na reta final.

Segundo informou o Departamento do Trabalho ontem, no mês passado foram criadas 114 mil vagas e havia 873 mil pessoas a mais empregadas, o que levou o índice a recuar 0,3 ponto percentual. Os setores de saúde, transporte e estocagem puxaram as contratações.

Criação de empregos é o tema central desta campanha presidencial, e os dados, divulgados a um mês da eleição, causaram reações fortes.

O milionário conservador Jack Welch, ex-diretor da General Motors, atacou no Twitter: "Inacreditáveis esses números de emprego. Esses caras de Chicago fazem qualquer coisa. Não conseguem debater, então mudam os números", escreveu, aludindo à má performance do presidente no debate de quarta.

A secretária do Trabalho, Hilda Solis, chamou a acusação de "risível". "Fico insultada, pois temos uma organização de servidores públicos muito profissional, com os indivíduos mais treinados e qualificados", declarou ao canal financeiro CNBC.

A principal linha de ataque de Romney tem sido a incapacidade de Obama criar os empregos prometidos na campanha, e os dados divulgados ontem podem enfraquecer esse argumento.

"Nesta manhã, soubemos que o índice de desemprego caiu para seu menor nível desde que assumi. Mais americanos entraram na força de trabalho, e mais gente está conseguindo emprego", afirmou o presidente em comício com 2.000 pessoas em Fairfax, na Virgínia -Estado-chave no tabuleiro eleitoral.

Romney chamou a recuperação alardeada pelo oponente de "ilusória" em um e-mail a simpatizantes para pedir doações, sob o título de "minha prioridade é emprego".

"Está claro que estamos no meio de uma crise de emprego. Vinte e três milhões de americanos em busca de trabalho [sic] é um número impossível de ignorar, e ainda assim, o presidente diz que seu plano 'funcionou'. Como ele vai solucionar o problema se não admite a verdade?"

Segundo o Departamento do Trabalho, há 12,1 milhões de desempregados no país e mais 2,5 milhões de pessoas ligadas marginalmente à força de trabalho (que não procuram emprego há 12 meses).

A percepção de melhora (ou piora) da economia é historicamente uma determinante na decisão do voto, e por ora ela favorece Obama -a confiança do consumidor melhora gradualmente há um ano, e o número de pessoas que desistiram de procurar emprego por falta de expectativa caiu de 1,03 milhão para 802 mil no período.

Apesar da lenta melhora, o cenário é pior que o anterior à crise de 2008 (desemprego abaixo de 5%). Além disso, em setembro o total de pessoas trabalhando meio período por falta de opção foi de 8 milhões a 8,6 milhões.

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