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Clube de futebol de descendentes permite meninos e meninas DA ENVIADA A FREMONTAs mesquitas de Fremont são discretas, muitas vezes em lojas alugadas. A maior de todas está em Hayward, cidade vizinha, ao lado de um gigantesco centro maçônico. Mas foi em Fremont que surgiram as primeiras estações de rádio e TV para a comunidade afegã dos EUA, além do primeiro jornal e time de futebol. O fundador do Afghan Soccer Club é Wais Omar, 48, que fugiu do Afeganistão em 1979 após ter membros da família mortos pelos soviéticos, incluindo o irmão mais velho. "Eu era o mais novo, tinha entre 18, 19 anos, e precisava ir pro Exército. Mas meus pais decidiram me mandar para fora e fui o sortudo, o primeiro a sair", disse Wais, gerente do restaurante De Afghanan Cuisine. Ele passou a cuidar dos negócios da família em Fremont após perder o emprego de 25 anos numa empresa de chips no Vale do Silício. A ideia para o time de futebol veio em 1984. Nove anos depois, conseguiu armar o primeiro jogo com crianças abaixo de 13 anos. "Eu jogava desde os nove anos em Cabul, na rua, descalço. Depois joguei na escola, fui da terceira para a primeira divisão. Jogava para a seleção. Mas tive que sair do país e aqui nos EUA ninguém sabia o que era o esporte." Hoje, são quatro clubes com crianças afegãs ou descendentes na baía de San Francisco. Em 2007, ele passou a treinar garotas com até 16 anos. "No Afeganistão, a mulher não é reconhecida, não ganha educação. Queria mostrar que a mulher também pode [se integrar]. Meninos e meninas jogam juntos." Quando escreveu as diretrizes do clube, sua primeira atitude foi deixar claro que política e religião ficam do lado de fora do campo. "Quem quiser cobrir a cabeça, que cubra. Não vou dizer nem sim, nem não." (FE) Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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