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Escócia fará referendo sobre independência

Acordo com Reino Unido permite consulta pública, que deve ocorrer até o final de 2014

DE LONDRES

O premiê britânico, David Cameron, e o premiê escocês, Alex Salmond, assinaram ontem um acordo que abre caminho para uma consulta pública na Escócia sobre a independência do país do Reino Unido, o que deve acontecer até o fim de 2014.

As negociações entre os governos já ocorriam desde o início do ano. Conforme o texto do acordo fechado em Edimburgo, o plebiscito terá apenas uma questão: se a Escócia deve se tornar um país independente do Reino Unido.

Salmond, premiê local, desejava adicionar a hipótese de uma cláusula que conferisse maior autonomia à Escócia, mas que a mantivesse no Reino Unido -que hoje é composto também por Inglaterra, Gales e Irlanda do Norte. O governo de Cameron se opôs a essa possibilidade.

"Sempre quis mostrar respeito ao povo da Escócia. Eles votaram em um partido que quis fazer uma consulta pública. Tornei esse referendo possível e fiz questão de que seja decisivo, legal e justo", afirmou Cameron.

Com um Parlamento próprio desde 1999, a Escócia tem autonomia para legislar sobre questões internas como educação, saúde e transportes.

Para Salmond, o acordo "abre caminho para a mais importante decisão que nosso país já tomou em centenas de anos. Assim, este é um dia histórico para a Escócia".

A Escócia tem pouco mais de 5,2 milhões de habitantes, PIB (Produto Interno Bruto) de US$ 197 bilhões e representa cerca de 10% do total britânico nos dois quesitos.

O Reino Unido tem 62 milhões de habitantes, conforme dados de 2010, e PIB de US$ 2,2 trilhões em 2011, segundo a Eurostat.

Apesar de Cameron defender publicamente que a Escócia permaneça no Reino Unido, seu partido seria beneficiado no jogo político por uma eventual separação.

Os conservadores perderiam apenas um parlamentar, enquanto os trabalhistas deixariam de contar com 41 representantes da Escócia.

A permanência do país na União Europeia é um tema que precisa ser definido -o governo diz que isso aconteceria de modo automático. (RODRIGO RUSSO)

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