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Grécia define novo premiê e alivia a pressão externa

Itália também acena com escolha de um nome afeito às medidas de austeridade

Yiorgos Karahalis/Reuters
Papademos, novo premiê da Grécia, concede entrevista
Papademos, novo premiê da Grécia, concede entrevista

DE LONDRES

Após dias de incertezas que derrubaram mercados, Itália e Grécia avançaram nas questões políticas, o que reduziu a pressão econômica devido às expectativas de que os novos governos adotarão as medidas de austeridade.

Na Grécia, foi anunciado o novo primeiro-ministro, Lucas Papademos, 64, que fica no cargo até as eleições, previstas para fevereiro.

Papademos é físico e economista com formação nos EUA. Foi vice-presidente do Banco Central Europeu e conta com a simpatia de empresários e líderes europeus.

Nas primeiras entrevistas, Papademos disse que o país está numa encruzilhada.

A Grécia está em recessão há três anos, e a economia deve encolher 5,5% em 2011. O desemprego atingiu 18,4%. Entre os jovens (15 a 24 anos), a taxa chega a 43,5%, o dobro do que era há três anos.

"Os próximos dias não serão fáceis, mas os problemas podem ser resolvidos e serão, se houver unidade e se todos contribuírem para o difícil esforço", afirmou.

O país terá de implantar um pacote de cortes de funcionários, salários e aposentadorias e aumento de impostos, além de realizar privatizações. Tudo acertado com a União Europeia em troca de empréstimos.

Na Itália, há um acordo para tentar aprovar um novo pacote de austeridade (parecido com o grego) nesta semana, o que garantiria a saída de Silvio Berlusconi. Anteontem, após perder a maioria no Parlamento, ele disse que renunciaria após a aprovação.

O presidente do país, Giorgio Napolitano, avança na costura de um acordo entre os partidos para a formação de um novo governo de consenso, que seria chefiado pelo economista e ex-comissário europeu Mario Monti, 68.

Como Papademos, Monti também estudou nos EUA e é respeitado na Itália e pelos demais líderes europeus.

O partido de Berlusconi diz preferir a convocação de eleições. Mas deve aceitar o acordo devido à pressão dos mercados, que ameaçavam a solvência do país.

Anteontem, investidores chegaram a exigir juros de 7,48% ao ano em papéis de dez anos da Itália. Ontem, voltaram à casa dos 6%.

A Itália também teve sucesso no leilão de € 5 bilhões em papéis de um ano. Pagou 6,08% de juros, contra 3,6% pagos há um mês. Mas ao menos teve grande procura, do que muitos duvidavam.

(VM)

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