Republicano passa por vexame em debate

Rick Perry já teve dias melhores. Considerado favorito entre os republicanos ao lançar sua pré-candidatura à Presidência, o governador do Texas deixou sua inépcia em debates sufocar suas chances na noite de anteontem com um vexame em rede nacional.

Sucessivas más performances nos confrontos televisivos já o haviam tirado do topo das pesquisas. Segundo o Gallup, só 9% ainda o veem como o candidato republicano.

O embate da noite de quarta, no Michigan, porém, foi alardeado por sua campanha como a chance de virada, sobretudo depois que seu principal rival na disputa republicana, o executivo sulista Herman Cain, foi acusado de assédio por cinco mulheres.

Mas Perry gaguejou por 53 segundos com algo que ele mesmo se propôs a listar: três departamentos (ministérios) que eliminaria caso fosse eleito. "Educação, comércio e... e..." E Perry não respondia.

A seu lado, o deputado Ron Paul tentou ajudar: "A Agência de Proteção Ambiental?". "Isso!", disse Perry. Mas, quando o mediador perguntou se era essa a lista, o governador disse que não. E voltou a tentar. "Não consigo [citar o terceiro]. Oops."

Perry tentou fazer piada e lamentou ter tido "um branco". A voracidade com que a mídia política explorou o vexame, porém, expõe outra questão. A quase um ano do pleito, a oposição não tem candidato viável para agradar aos mais conservadores.

Mitt Romney, que vem se consolidando como favorito, é considerado centrista demais. Cain, líder das pesquisas, precisa superar as acusações de assédio e aprofundar sua plataforma. Os outros sete mal se notam. Mas Perry ainda tem o trunfo da segunda campanha mais rica da oposição, atrás de Romney.