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Síria recua e aceita receber grupo de observadores da Liga Árabe

Termina hoje o ultimato dado pelo bloco para que o ditador Bashar Assad cesse a repressão

Forças de segurança matam ao menos 16 no país; comunidade internacional teme início de guerra civil

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Síria concordou ontem, com ressalvas, em receber a missão de observadores proposta pela Liga Árabe.

O país condicionou o acordo a mudanças na proposta feita pelo bloco, que agrega 22 membros.

As conversas começaram em uma carta enviada por Walid al Muallem, ministro do Exterior da Síria, para Nabil al Arabi, chefe da Liga Árabe. Muallem pediu mudanças na missão a ser recebida.

"Essas atenuações estão sendo estudadas agora", afirmou Arabi em comunicado, ontem, sem especificar quais são os requisitos sírios.

No mesmo dia, as forças de segurança da Síria mataram ao menos 16 insurgentes no país, segundo ativistas.

As sextas-feiras costumam ser os dias mais violentos no país, com protestos iniciados após as rezas da tarde.

Manifestantes pedem que as demais nações retirem seus embaixadores da Síria para pressionar o ditador Bashar Assad a renunciar.

A Liga Árabe suspendeu Damasco como membro nesta semana, após oito meses de conflito. O bloco deu à Síria um prazo, que se encerra hoje, para que a repressão cesse. A ONU estima que morreram mais de 3.500 pessoas desde o início da insurgência.

O envio de observadores ao país é uma das exigências da Liga para evitar sanções. Serão enviados médicos, ativistas, advogados e militares para estudar a situação local. O intuito é, segundo a organização, proteger os civis.

Inicialmente, o time de observadores seria composto por 500 pessoas. Ontem, segundo informação de agências de notícias, falava-se em reduzir o número para 40.

Para a oposição, o governo sírio busca ganhar tempo enquanto manobra a comunidade internacional.

Ativistas afirmaram que tropas desertoras do Exército fizeram ontem um ataque a soldados do governo, "matando ou ferindo" 20 deles.

REPERCUSSÃO

As reações internacionais à situação na Síria foram, em geral, de desagrado ontem.

Alain Juppé, ministro do Exterior da França, afirmou que haverá uma "catástrofe" caso o país entre em guerra civil. Ele pede sanções mais intensas contra Damasco.

Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA, também falou em "guerra civil", em entrevista à rede NBC -no caso, "com uma oposição muito decidida, bem armada e bem financiada", afirmou.

A Turquia voltou a falar, ontem, na necessidade de sanções econômicas à Síria.

A Rússia, por sua vez, pediu "moderação e prudência" na hora de aplicar tais medidas ao país -em que há base naval russa, além da exploração de petróleo.

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