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Saiba a trajetória do dirigente que liquidou a URSS
ANDRÉ LUIZ GHEDINE
do Banco de Dados
Boris Ieltsin ganhou mais notoriedade internacional em agosto
de 1991.
De cima de um tanque do Exército estacionado em frente ao Parlamento russo, em Moscou, Ieltsin pedia à população que resistisse ao golpe de Estado contra o
presidente da então União Soviética, Mikhail Gorbatchov.
Ieltsin, na época presidente da
Rússia (a mais importante das 15
repúblicas que formavam a ex-URSS), convocou uma greve geral
no país e comandou a resistência
ao golpe, que seria debelado em
dois dias.
Nos meses seguintes, Ieltsin liderou as negociações políticas
que levaram à extinção da URSS e
à criação da CEI (Comunidade
dos Estados Independentes).
Gorbatchov, destituído de seus
poderes políticos, renunciou em
25 de dezembro.
Filho de pais camponeses, Boris
Nicolaievitch Ieltsin nasceu em
Sverdlovsk, na Sibéria, em 1º de
fevereiro de 1931. Formado em
engenharia civil, trabalhou na
área entre 1955 e 1968.
Sua carreira política começou
na década de 60, quando ingressou no Partido Comunista soviético. Entre 1976 e 1985, governou
sua cidade natal.
Em 1981, Ieltsin tornou-se
membro do comitê central do PC
e, em 1985, foi levado por Gorbatchov para chefiar o comitê do partido em Moscou.
Em 1987, enfrentou um período
conturbado na sua vida política.
Depois de fazer críticas à mulher
de Gorbatchov, Raissa, em uma
sessão plenária do PC, perdeu o
cargo no comitê de Moscou e no
Politburo (órgão de maior poder
dentro do Partido Comunista soviético), do qual era membro suplente.
Reformista radical, passou a ser
um duro crítico do governo de
Gorbatchov e da demora nas reformas iniciadas em 1985.
Com essa postura de oposição,
Ieltsin foi eleito, em março de
1989, para uma das cadeiras do
Congresso dos Deputados do Povo com 88% dos votos dos eleitores de Moscou.
Em junho de 1991, nas primeiras
eleições com voto universal, secreto e direto da história russa,
Ieltsin foi eleito presidente da
Rússia -em 1990, havia sido eleito presidente indiretamente para
o cargo pelo Parlamento russo.
Em 1996, Ieltsin foi reeleito para o
cargo.
O seu governo foi marcado,
além de duas guerras contra a república separatista da Tchetchênia, por constantes problemas de
saúde, nem sempre bem explicados pelo Kremlin.
Cardíaco e com fama de beberrão, Ieltsin submeteu-se a uma cirurgia para a implantação de cinco pontes de safena, em novembro de 1996. Em janeiro de 1997,
uma pneumonia dupla o deixou
hospitalizado por 12 dias.
Em 1999, Ieltsin ficou quase
duas semanas internado em decorrência de uma úlcera perfurada. Em outubro, voltou a ser internado, supostamente por causa
de uma gripe.
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