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País gira em torno do rei
do enviado especial
Tonga gira em torno de um homem: o rei Taufa'ahau Tupou 4º.
O ponto mais importante da festa
do ano 2000, para os tonganeses,
foi a sua mensagem: "Esperamos
que as pessoas do novo milênio
aprendam com o passado e avancem, de mãos dadas, para a paz, a
harmonia, a prosperidade e a segurança." Coroado em 1965, o rei
Tupou 4º, 81, pode tudo: decretar
lei marcial, dissolver o Parlamento e suspender habeas corpus.
O risco de o Parlamento aprovar leis que desagradem ao rei
tende a zero. Das 30 cadeiras do
Parlamento, 12 são indicadas por
ele, todos também integrantes de
seu ministério. Os nobres escolhem nove representantes. À população cabe eleger pelo voto direto nove parlamentares para um
mandato de três anos.
Em Tonga, conjunto de 170
ilhas das quais só 42 são habitadas, esse sistema é batizado monarquia parlamentarista. A oposição prefere chamá-lo de tirania.
Apesar disso, o rei é adorado pela população. O culto decorre do
paternalismo com que trata os súditos e dos serviços básicos prestados pelo reino.
"A população apóia o rei porque todas as crianças vão para a
escola e todo mundo tem acesso
ao sistema de saúde", diz Papiloa
Bloomfield Foliaki, uma das líderes na defesa da monarquia. A taxa de analfabetismo é 0,04%.
A popularidade do rei é também um tributo ao primeiro monarca de Tonga -George Tupou
1º. Com a ajuda de missionários
metodistas, ele unificou o país em
1862 ao derrotar dois líderes rivais
e distribuiu 3,34 hectares de terra
para cada tonganês em troca de
um pagamento anual de cerca de
US$ 2. O sistema vale até hoje.
O rei atual quer trazer a modernidade para Tonga. Foi ele que
construiu aeroportos nas ilhas e
estimulou a abertura de hotéis.
O programa não deu muito certo. O turismo é a segunda fonte de
renda em Tonga, atrás da agricultura. O país recebeu só 27 mil turistas em 1998, segundo Sione
Mola, diretor de marketing do escritório de turismo. Cerca de 10
mil são tonganeses que emigraram. O número é inexpressivo para os padrões do Pacífico Sul. Fiji
atrai 14 vezes mais turistas.
A maior prova do fracasso do
programa é a emigração. Há
39.500 tonganeses vivendo em
outros países. O número de emigrantes equivale a 40% da população local. Todos saem em busca
de emprego.
(MCC)
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