São Paulo, Sábado, 01 de Janeiro de 2000


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COMEMORAÇÃO
Relógio do monumento pára por falha mecânica, mas não atrapalha a festa na avenida Champs-Elysées
Torre Eiffel falha na celebração de Paris

Reuters
Fogos de artifício explodem na região da Torre Eiffel, durante festa na capital parisiense


FÁTIMA GIGLIOTTI
de Paris

Tudo bem no ano que vem, ou pelo menos nas primeiras horas do ano 2000. Paris fez jus à sua fama com uma grande festa para comemorar a passagem do ano. A única falha mecânica registrada, e que não se deveu ao famoso bug do milênio, foi um problema no relógio da Torre Eiffel, que após mil dias antecipando a chegada do novo ano, parou às 18h45, em consequência de uma falha de reabastecimento na memória permanente do equipamento.
Nada que tenha provocado qualquer interferência na comemoração das cerca de 1,2 milhão de pessoas que passeavam pelas ruas centrais, na região da Torre Eiffel e dos Champs-Elysées, considerada pelos franceses como a avenida mais bela do mundo.
O show de 20 mil fogos de artifício que fez a Torre Eiffel dançar por seis minutos anunciou a chegada do ano 2000 entre grandes goles de champanhe e abraços dos parisienses e turistas que lotavam as ruas nas redondezas.
Exatamente às 12h06, começou o grandioso espetáculo na Champs-Elysées. As 11 rodas-gigantes instaladas ao longo da avenida começaram a se movimentar ao ritmo das 11 companhias de dança, circo, teatro de rua, cinema, multimídia etc, que fizeram o espetáculo na avenida.
Fred Bendongã, 33, da companhia Azanie, responsável pelo show da segunda roda instalada no Champs-Elysées, a partir do Arco do Triunfo, criou o espetáculo "Aú", inspirado na capoeira.
Ele esteve no Brasil durante cinco meses para fazer pesquisas e deu o nome do nono movimento da luta brasileira ao show "por causa dos elementos de percussão que nós usamos na trilha musical e que estão na dança".
Filho de mãe francesa e pai africano, Bendongã estava exultante. "Nós queríamos fazer um show que tocasse o imaginário das pessoas e as fizesse pensar na diversidade de culturas que a França possui. É maravilhoso ver tantas pessoas aplaudindo o nosso trabalho e o ano 2000."
Do outro lado do país, no entanto, nas regiões centro e sudoeste, meio milhão de residências ainda estavam sem energia elétrica, segundo a EDF (eletricidade da França), em consequência da tempestade que atingiu o país no domingo e na segunda e fez 86 mortos. A empresa decidiu presentear esses clientes, que passaram o réveillon à luz de velas, com fornecimento gratuito de energia elétrica durante todo o ano 2000.
A France Télécom informou no final da tarde de ontem que 400 mil linhas telefônicas ainda estavam fora de funcionamento nas mesmas regiões do país.
O governo francês decretou estado de catástrofe natural em 69 departamentos (divisão administrativa) do país, para que as indenizações referentes aos danos provocados pela tempestade fossem pagos pelo Estado e designou uma verba de US$ 23,3 milhões para o pagamento dos seguros.
O ministro francês da Economia, Christian Sautter, afirmou logo após a meia-noite que, segundo as informações já computadas, a França não havia sofrido nenhum dano com o bug.


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