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ORIENTE MÉDIO
Ariel Sharon minimiza dimensão do plano; Síria critica "uso da força", e França fala em "ilegalidade"
Israel quer aumentar colonização do Golã
DA REDAÇÃO
Israel divulgou ontem um plano para aumentar o número de
colonos no Golã, território anexado à Síria durante a Guerra dos
Seis Dias, em 1967.
A intenção pode não passar de
balão de ensaio destinado a fortalecer a posição israelenses em negociações futuras com a Síria, mas
ela provocou uma imediata tempestade verbal.
O ministro israelense da Agricultura, Yisrael Katz, que dirige
no gabinete conservador o programa de assentamentos em terras árabes, disse ontem à agência
Reuters que o Golã "é parte integrante de Israel", princípio que a
seu ver deve orientar qualquer negociação com os sírios.
O governo da França exortou
Israel a não aumentar o número
de colonos na área e argumentou
que a União Européia consideraria a medida como "contrária à lei
internacional".
Os franceses "apelam com insistência para que Israel abandone
esse projeto e não adote outras
medidas que comprometam o
processo de paz", disse o porta-voz da Chancelaria.
Um dos assessores do primeiro-ministro Ariel Sharon negou que
o plano seja uma mensagem política para pressionar o presidente
sírio, Bashar al Assad. Disse à
Reuters que o objetivo dos assentamentos era promover a agricultura e o turismo na região.
Mas em Damasco o governo
acusa Israel de dar um passo suplementar na direção da anexação definitiva do Golã. "Os conflitos devem ser resolvidos pelas leis
internacionais e não pela força",
disse o vice-chanceler, Isa Dawish.
O Golã é uma espécie de oásis de
terras férteis. Nele estão ainda
30% das atuais reservas israelenses de água doce.
A existência do plano foi revelada pela edição de ontem do "Yedioth Ahronoth", o maior jornal
israelense. Por meio de uma dotação de US$ 62 milhões, disse o jornal, seria duplicado em três anos o
número de colonos no Golã, que
são hoje de até 18 mil, em 31 assentamentos.
Mais tarde um porta-voz do Ministério da Agricultura negou que
o plano tivesse essa dimensão demográfica e disse que apenas 900
novas famílias seriam assentadas.
A oposição de esquerda acusou
o governo Sharon de aumentar
gratuitamente a tensão com a Síria, o que daria sinal verde para
que o regime de Assad continue a
dar apoio logístico a grupos de
terroristas palestinos.
Haim Ramon, deputado trabalhista, disse que o governo israelense estava tentando pôr fim às
negociações com a Síria antes
mesmo que elas se reiniciassem.
O jornal "Haaretz", próximo
dos trabalhistas, minimizou ontem em sua edição online a importância do plano. Com base em
informações do Ministério da
Agricultura, negou que Israel quisesse abrir novos assentamentos.
O "Haaretz" também destaca nota da assessoria de imprensa de
Ariel Sharon, que qualifica de "cínica" a suposta manobra pela
qual uma iniciativa destinada a favorecer a agricultura e o turismo
tenha se tornado um objeto de escândalo regional.
O presidente sírio deu, há uma
semana, entrevista ao "New York
Times", na qual pediu que Washington pressionasse Israel a retomar as negociações, interrompidas em 2000, destinadas à devolução do Golã.
O governo de Damasco nega
que ofereça infra-estrutura para o
terrorismo palestino. Argumenta
que funcionavam com sua permissão apenas "escritórios de informação" desses grupos.
Com agências internacionais
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