São Paulo, segunda-feira, 01 de fevereiro de 2010

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Casa Branca ainda não definiu onde julgar réus do 11 de Setembro

Assessor de Obama diz que governo avalia opções após "não" do prefeito de Nova York

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

O conselheiro-sênior da Casa Branca, David Axelrod, afirmou ontem no programa de TV "Meet the Press", da NBC, que o governo ainda não decidiu onde realizar o julgamento dos suspeitos do 11 de Setembro.
A Casa Branca defendia que Khalid Sheikh Mohammed e outros quatro suspeitos fossem julgados em Nova York, mas, na semana passada, o governo federal sofreu um revés após o prefeito da cidade, Michael Bloomberg, abandonar o apoio ao projeto.
Bloomberg afirma que os custos de segurança, estimados em US$ 200 milhões/ano, são altos demais. A posição do prefeito reflete a visão dos executivos de Wall Street, de moradores e do mercado imobiliário.
Funcionários do governo sustentam que a Casa Branca passou a considerar outras opções. Questionado se a cidade ainda estava nos planos do governo, Axelrod disse que o presidente pretende levar em consideração a opinião das autoridades locais.
Apesar disso, Axelrod afirmou que o Obama está comprometido com a ideia de levar os suspeitos a julgamento. Disse ainda que o governo de George W. Bush fez o mesmo com outros suspeitos de terrorismo. "Agora nós temos um presidente democrata e de repente ouvimos esses protestos. Isso não faz sentido", disse.
O governo ainda pode enfrentar outras derrotas políticas nessa área. O senador republicano Lindsey Graham, da Carolina do Sul, planeja apresentar novamente projeto de lei que veta os julgamentos criminais dos suspeitos do 11 de Setembro.
Caso o Congresso não libere recursos para custear o julgamento, o governo pode ser obrigado a reconsiderar o que já havia sido descartado, o uso de uma comissão militar, o que teria uma repercussão negativa para um presidente que ainda tenta fechar a prisão de Guantánamo, que abriga os presos da "guerra ao terror".
Sobre as críticas feitas pelo presidente à Suprema Corte durante o discurso sobre o Estado da União, disse que os comentários foram "adequados". Obama condenou uma decisão da Suprema Corte que derruba restrições para doações destinadas a campanhas políticas.

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