DA REDAÇÃO

Um general da extinta força de elite de Saddam Hussein que guarda uma grande semelhança física com o ex-ditador será o responsável por manter a segurança na cidade mais conturbada do Iraque pós-guerra, Fallujah.
Jassim Mohammed Saleh, membro da temida Guarda Republicana nos anos 80 e nativo da cidade sunita, comandará até 1.100 iraquianos no Exército de Proteção de Fallujah. A força substituirá os marines dos EUA na complexa tarefa de manter a segurança no bastião do regime deposto.
"Começamos agora a formar uma força militar emergencial", disse Saleh. "Fallujah rejeita a presença dos EUA", acrescentou.
A decisão resulta de um acordo entre militares e insurgentes para acabar com quase um mês de sítio, ao longo do qual morreram ao menos 600 iraquianos e dez americanos. Os soldados dos EUA já começaram a deixar a cidade -uma exigência dos iraquianos para deporem suas armas-, e seus postos aos poucos estão sendo ocupados pela nova força.
Mas o porta-voz das tropas dos EUA no Iraque, general Mark Kimmitt, negou que se trate de uma retirada: "Nada poderia estar mais distante da verdade".
Embora tenham aprovado o nome de Saleh, sugerido pelos próprios iraquianos, os militares americanos admitiram que pouco sabem a seu respeito. Kimmitt afirmou desconhecer o passado do general, mas disse que os marines têm "total confiança neles".
O acordo não impediu que os confrontos entrassem em seu quarto dia. Dois fuzileiros navais foram mortos na explosão de um carro-bomba, que feriu mais seis, e um civil sul-africano morreu em circunstâncias não determinadas.
Abril foi o mês mais sangrento para os EUA desde a invasão do Iraque, em março de 2003: 128 soldados morreram em ação, ou um terço do total no pós-guerra. Segundo a agência de notícias Associated Press, no mês morreram ainda 1.361 iraquianos.