|
Próximo Texto | Índice
IRAQUE SOB TUTELA
Para investigadores, trata-se de assassinato coletivo de curdos ocorrido no final dos anos 80, sob Saddam
Cova com 1.500 corpos é achada no Iraque
DA REUTERS
Investigadores descobriram no
sul do Iraque uma vala comum
com cerca de 1.500 cadáveres, a
maioria de mulheres, crianças e
adolescentes aparentemente assassinados no local. Para os especialistas, os corpos em sua maior
parte são de curdos que foram removidos à força de seus lares no
final da década de 1980, sob a ditadura de Saddam Hussein.
O local, perto da cidade de Samawa (cerca de 300 km ao sul de
Bagdá), consiste de 18 trincheiras
rasas cavadas por escavadeiras
mecânicas num solo rochoso. Foi
localizado pela primeira vez no
ano passado, pela autoridade provisória comandada pelos americanos. Mas seu exame detalhado
só começou no início de abril e foi
concluído no domingo passado.
A maior parte das vítimas era de
mulheres e crianças que foram
aparentemente alinhadas em
frente às covas e assassinadas com
fuzis russos AK-47, de acordo
com um americano que integra a
equipe de investigadores.
Até agora, 110 corpos foram retirados. Cerca de dois terços são
de crianças e adolescentes.
Especialistas forenses estão examinando os cadáveres, e suas
conclusões devem ajudar a embasar os processos judiciais por crimes de guerra, contra a humanidade, e de genocídio que estão
sendo movidos contra Saddam e
seus principais assessores referentes à ditadura (1979-2003).
Essa é uma das cerca de 300 covas coletivas que, segundo autoridades iraquianas e americanas,
foram descobertas no território
do Iraque após a queda do regime
de Saddam. Algumas continham
apenas poucos corpos; em outras,
como em uma localizada perto de
Basra (sul), havia vários milhares.
A migração forçada de curdos
-que habitavam o norte do
país- para o sul, segundo um investigador do escritório americano que auxilia autoridades iraquianas na identificação dos crimes, provavelmente ocorreu entre 1987 e 1988, quando o regime
de Saddam empreendeu uma
grande ofensiva contra a minoria
curda. A ditadura de Saddam é
acusada de ter assassinado, com
gás letal, cerca de 5.000 curdos residentes no vilarejo de Halabja,
próximo da fronteira com o Irã.
Novos atentados
Três carros-bomba que alvejavam unidades militares iraquianas e americanas, explodiram ontem na região de Bagdá. Quatro
morreram e 16 ficaram feridos em
conseqüência dos ataques. As explosões ocorrem um dia após
uma série de 11 ataques.
A recruta americana Lynddie
England, que aparece em fotos reveladas em 2004 maltratando e
humilhando sexualmente iraquianos na prisão de Abu Ghraib,
vai se declarar culpada de conspiração, maus-tratos e descumprimento de suas funções ante uma
corte militar hoje. A pena pode
chegar 16 anos e meio de prisão.
Próximo Texto: Terror: Dois atentados em locais turísticos ferem nove no Cairo Índice
|