|
Texto Anterior | Índice
Indiano funda partido em defesa de prisioneiros
DE LONDRES
Azmat Begg, 66, lutou por três
anos pela libertação de seu filho
da prisão militar em Guantánamo
(Cuba), mantida pelos Estados
Unidos, onde ocorreram abusos
considerados sérias violações aos
direitos humanos. Moazzam
Begg, 37, foi finalmente libertado
em janeiro passado. Mas seu pai
resolveu continuar lutando.
Ele é um dos fundadores do pequeno partido "Paz e Progresso"
que tem como objetivo o debate
de questões relacionadas a direitos humanos e conta com os irmãos e atores Vanessa e Corin
Redgrave entre seus patronos.
Além disso, Begg -que veio da
Índia, onde nasceu, para o Reino
Unido há cerca de 40 anos- resolveu concorrer pela sigla a uma
vaga ao Parlamento.
"A luta pela libertação do meu
filho foi a principal razão para eu
ter entrado na política. Eu estou
velho demais para isso, mas me
dei conta nos últimos três anos de
que havia várias pessoas na mesma situação dele e ninguém está
fazendo nada por eles. Resolvi
tentar ser a voz dessas pessoas",
disse Begg à Folha.
A forma alegre como ele fala do
seu envolvimento tardio na política e de seus planos só ganha um
tom melancólico quando Begg é
perguntado sobre a prisão de
Moazzam, que já afirmou ter sido
torturado em Guantánamo.
"Foram anos terríveis da minha
vida. Por três anos, lutei sem parar. Fui a vários países, falava com
as autoridades, com qualquer um
que eu achasse que pudesse nos
ajudar", disse Begg, que, no Reino
Unido, virou símbolo da luta pela
libertação dos prisioneiros britânicos em Guantánamo.
(EF)
Texto Anterior: Campanha endurece debate sobre imigração Índice
|