São Paulo, domingo, 01 de maio de 2005

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Indiano funda partido em defesa de prisioneiros

DE LONDRES

Azmat Begg, 66, lutou por três anos pela libertação de seu filho da prisão militar em Guantánamo (Cuba), mantida pelos Estados Unidos, onde ocorreram abusos considerados sérias violações aos direitos humanos. Moazzam Begg, 37, foi finalmente libertado em janeiro passado. Mas seu pai resolveu continuar lutando.
Ele é um dos fundadores do pequeno partido "Paz e Progresso" que tem como objetivo o debate de questões relacionadas a direitos humanos e conta com os irmãos e atores Vanessa e Corin Redgrave entre seus patronos.
Além disso, Begg -que veio da Índia, onde nasceu, para o Reino Unido há cerca de 40 anos- resolveu concorrer pela sigla a uma vaga ao Parlamento.
"A luta pela libertação do meu filho foi a principal razão para eu ter entrado na política. Eu estou velho demais para isso, mas me dei conta nos últimos três anos de que havia várias pessoas na mesma situação dele e ninguém está fazendo nada por eles. Resolvi tentar ser a voz dessas pessoas", disse Begg à Folha.
A forma alegre como ele fala do seu envolvimento tardio na política e de seus planos só ganha um tom melancólico quando Begg é perguntado sobre a prisão de Moazzam, que já afirmou ter sido torturado em Guantánamo.
"Foram anos terríveis da minha vida. Por três anos, lutei sem parar. Fui a vários países, falava com as autoridades, com qualquer um que eu achasse que pudesse nos ajudar", disse Begg, que, no Reino Unido, virou símbolo da luta pela libertação dos prisioneiros britânicos em Guantánamo. (EF)


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