São Paulo, segunda-feira, 01 de maio de 2006

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ESTRANHOS NO PARAÍSO

Marchas, correntes humanas, missas e vigílias estão planejadas para diversas cidades do país

EUA podem ter "dia sem imigrantes" hoje

DA ASSOCIATED PRESS

Anunciada para acontecer hoje em várias cidades dos EUA, a manifestação "Um Dia Sem Imigrantes", organizada por ativistas latinos, deve ter diferentes níveis de adesão. Planejada com a idéia de mostrar ao governo a importância econômica dos imigrantes, a manifestação prevê um boicote ao trabalho, ao consumo e até à ida das crianças às escolas, além de protestos nas ruas.
Entretanto, por causa do medo da deportação e, em alguns casos, por já estarem cansados de protestos, muitos imigrantes estão criando alternativas para participar parcialmente do ato.
As manifestações visam pressionar o governo a reformar as leis de imigração do país ampliando seus direitos.
Alguns não deixarão de ir trabalhar, mas não comprarão nada neste dia. Outros protestarão no horário de almoço ou depois da jornada. Estão planejadas, ainda, missas, vigílias, piqueniques e correntes humanas.
"O que vai acontecer é imprevisível", diz Harley Shaiken, diretor do Centro para Estudos Latino-Americanos da Universidade da Califórnia. "O que une a todos que farão algo neste dia é que todos querem deixar visíveis os seus fortes sentimentos."
A polícia de Los Angeles prevê a presença de 500 mil pessoas nas ruas. Em cidades menores, como Allentown (Pensilvânia) e Omaha (Nebraska), os imigrantes estão fazendo campanha de porta em porta, com flyers e cartazes, convocando as pessoas às manifestações. No Novo México, restaurantes estão preparando refeições que serão doadas para piqueniques de protesto em Santa Fe e Albuquerque. Em Phoenix, os organizadores esperam fazer uma corrente humana de 40 km.
Em cada um dos cinco bairros de Nova York, espera-se que milhares de trabalhadores parem depois do almoço e unam-se num protesto junto a compradores, freqüentadores de restaurantes e simpatizantes do movimento. "Isso vai simbolizar a interdependência de todos nós, incluindo toda a sociedade", diz Chung-Wa Hong, diretora da coalizão de imigrantes de Nova York.
Os que irão ao trabalho estão sendo orientados a usar roupas brancas ou faixas brancas amarradas no braço. Muitas escolas mandaram cartas aos pais dos estudantes ameaçando punir os que faltarem sem justificativa.
Muitos, ainda, devem demonstrar sua revolta por meio de eventos religiosos. Igrejas têm chamado os imigrantes para irem à missa em vez de participar do boicote e algumas delas devem fazer soar os sinos em memória dos imigrantes que morreram tentando chegar aos EUA.


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