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ESTRANHOS NO PARAÍSO
Marchas, correntes humanas, missas e vigílias estão planejadas para diversas cidades do país
EUA podem ter "dia sem imigrantes" hoje
DA ASSOCIATED PRESS
Anunciada para acontecer hoje
em várias cidades dos EUA, a manifestação "Um Dia Sem Imigrantes", organizada por ativistas latinos, deve ter diferentes níveis de
adesão. Planejada com a idéia de
mostrar ao governo a importância econômica dos imigrantes, a
manifestação prevê um boicote
ao trabalho, ao consumo e até à
ida das crianças às escolas, além
de protestos nas ruas.
Entretanto, por causa do medo
da deportação e, em alguns casos,
por já estarem cansados de protestos, muitos imigrantes estão
criando alternativas para participar parcialmente do ato.
As manifestações visam pressionar o governo a reformar as
leis de imigração do país ampliando seus direitos.
Alguns não deixarão de ir trabalhar, mas não comprarão nada
neste dia. Outros protestarão no
horário de almoço ou depois da
jornada. Estão planejadas, ainda,
missas, vigílias, piqueniques e
correntes humanas.
"O que vai acontecer é imprevisível", diz Harley Shaiken, diretor
do Centro para Estudos Latino-Americanos da Universidade da
Califórnia. "O que une a todos
que farão algo neste dia é que todos querem deixar visíveis os seus
fortes sentimentos."
A polícia de Los Angeles prevê a
presença de 500 mil pessoas nas
ruas. Em cidades menores, como
Allentown (Pensilvânia) e Omaha
(Nebraska), os imigrantes estão
fazendo campanha de porta em
porta, com flyers e cartazes, convocando as pessoas às manifestações. No Novo México, restaurantes estão preparando refeições
que serão doadas para piqueniques de protesto em Santa Fe e Albuquerque. Em Phoenix, os organizadores esperam fazer uma corrente humana de 40 km.
Em cada um dos cinco bairros
de Nova York, espera-se que milhares de trabalhadores parem
depois do almoço e unam-se num
protesto junto a compradores,
freqüentadores de restaurantes e
simpatizantes do movimento.
"Isso vai simbolizar a interdependência de todos nós, incluindo toda a sociedade", diz Chung-Wa
Hong, diretora da coalizão de imigrantes de Nova York.
Os que irão ao trabalho estão
sendo orientados a usar roupas
brancas ou faixas brancas amarradas no braço. Muitas escolas
mandaram cartas aos pais dos estudantes ameaçando punir os que
faltarem sem justificativa.
Muitos, ainda, devem demonstrar sua revolta por meio de eventos religiosos. Igrejas têm chamado os imigrantes para irem à missa em vez de participar do boicote
e algumas delas devem fazer soar
os sinos em memória dos imigrantes que morreram tentando
chegar aos EUA.
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