São Paulo, terça-feira, 01 de maio de 2007

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Terror aumentou em 2006, dizem EUA

Ataques se concentraram no Iraque e no Afeganistão; relatório volta a mencionar Tríplice Fronteira

DA REDAÇÃO

O relatório anual sobre terrorismo divulgado ontem pelo Departamento de Estado dos EUA admite que houve mais atentados terroristas no mundo e também um maior número de vítimas em 2006, na comparação com 2005.
No ano passado, contabilizou o relatório, houve 14.338 ataques, 25% a mais do que no ano anterior, e eles se concentraram especialmente no Iraque e no Afeganistão -justamente os dois países que foram invadidos pelos EUA depois dos atentados do 11 de Setembro.
Segundo o relatório, os ataques de 2006 tiveram duas características novas: os terroristas passaram a usar armas químicas e a mirar em multidões. Morreram nos atentados 20.498 pessoas, dois terços delas no Iraque -40% a mais do que em 2005. O número de crianças mortas ou feridas subiu 80%.

Irã
Como em anos anteriores, o relatório aponta o Irã como o maior financiador do terrorismo e diz que elementos do governo iraniano apóiam extremistas no Oriente Médio e no Iraque. Neste ano, entretanto, o documento foi divulgado às vésperas de uma cúpula sobre o Iraque no Egito da qual participarão, daqui a três dias, os chanceleres dos EUA e do Irã.
Ontem, porta-voz da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse que ela está disposta a conversar com o colega iraniano, Manouchehr Mottak. Na semana passada, o representante de política externa da União Européia, Javier Solana, pediu um diálogo direto entre Washington e Teerã, que não têm relações diplomáticas desde a Revolução Islâmica no Irã, em 1979.
Outros países acusados por Washington de patrocinar terroristas são Cuba, Coréia do Norte, Sudão e Síria. Cuba e Venezuela, também criticada no relatório por supostamente apoiar as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), estão pedindo aos EUA a extradição do anticastrista Luis Posada Carriles, acusado pela Justiça venezuelana de atentado contra um avião cubano que matou 73 pessoas em 1976.

Brasil
Como no ano passado, quando o relatório afirmou que algumas leis brasileiras atrapalham a "guerra ao terror", este ano o estudo diz que o governo brasileiro, apesar de "condenar vigorosamente o terrorismo", "não deu o apoio político e material necessário para fortalecer as instituições nacionais de luta contra o terrorismo".
O documento diz que os Estados Unidos "continuam preocupados" com atividades de "recolhimento de fundos" do Hamas (palestino) e do Hizbollah (libanês) na Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. O Departamento de Estado voltou a criticar o fato de o Brasil considerar o Hizbollah um partido político legítimo no Líbano (para os EUA, é um grupo terrorista) e de dificultar a extradição de estrangeiros.
O relatório também chama a atenção para o aumento do terrorismo na África, com 420 atentados em 2006, ante 253 em 2005.


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