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Terror aumentou em 2006, dizem EUA
Ataques se concentraram no Iraque e no Afeganistão; relatório volta a mencionar Tríplice Fronteira
DA REDAÇÃO
O relatório anual sobre terrorismo divulgado ontem pelo
Departamento de Estado dos
EUA admite que houve mais
atentados terroristas no mundo e também um maior número de vítimas em 2006, na comparação com 2005.
No ano passado, contabilizou
o relatório, houve 14.338 ataques, 25% a mais do que no ano
anterior, e eles se concentraram especialmente no Iraque e
no Afeganistão -justamente os
dois países que foram invadidos pelos EUA depois dos atentados do 11 de Setembro.
Segundo o relatório, os ataques de 2006 tiveram duas características novas: os terroristas passaram a usar armas químicas e a mirar em multidões.
Morreram nos atentados
20.498 pessoas, dois terços delas no Iraque -40% a mais do
que em 2005. O número de
crianças mortas ou feridas subiu 80%.
Irã
Como em anos anteriores, o
relatório aponta o Irã como o
maior financiador do terrorismo e diz que elementos do governo iraniano apóiam extremistas no Oriente Médio e no
Iraque. Neste ano, entretanto,
o documento foi divulgado às
vésperas de uma cúpula sobre o
Iraque no Egito da qual participarão, daqui a três dias, os
chanceleres dos EUA e do Irã.
Ontem, porta-voz da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse que ela está
disposta a conversar com o colega iraniano, Manouchehr
Mottak. Na semana passada, o
representante de política externa da União Européia, Javier Solana, pediu um diálogo
direto entre Washington e Teerã, que não têm relações diplomáticas desde a Revolução Islâmica no Irã, em 1979.
Outros países acusados por
Washington de patrocinar terroristas são Cuba, Coréia do
Norte, Sudão e Síria. Cuba e Venezuela, também criticada no
relatório por supostamente
apoiar as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), estão pedindo aos EUA a
extradição do anticastrista Luis
Posada Carriles, acusado pela
Justiça venezuelana de atentado contra um avião cubano que
matou 73 pessoas em 1976.
Brasil
Como no ano passado, quando o relatório afirmou que algumas leis brasileiras atrapalham
a "guerra ao terror", este ano o
estudo diz que o governo brasileiro, apesar de "condenar vigorosamente o terrorismo", "não
deu o apoio político e material
necessário para fortalecer as
instituições nacionais de luta
contra o terrorismo".
O documento diz que os Estados Unidos "continuam
preocupados" com atividades
de "recolhimento de fundos"
do Hamas (palestino) e do Hizbollah (libanês) na Tríplice
Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. O Departamento de Estado voltou a criticar o fato de o Brasil considerar
o Hizbollah um partido político
legítimo no Líbano (para os
EUA, é um grupo terrorista) e
de dificultar a extradição de estrangeiros.
O relatório também chama a
atenção para o aumento do terrorismo na África, com 420
atentados em 2006, ante 253
em 2005.
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