São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2008

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ARGENTINA

Ativista pode ser segundo desaparecido pós-ditadura

ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES

Sobrevivente de centros clandestinos de detenção e testemunha em vários processos de crimes cometidos durante a última ditadura argentina (1976-1983), Juan Evaristo Puthod desapareceu na noite de anteontem. Ontem, 250 policiais e seis helicópteros participavam da busca por Puthod na cidade de Zárate (190 km de Buenos Aires), onde ele vive.
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que participava de um ato na Província de Santa Cruz, manifestou-se sobre o caso. "Queria expressar minha profunda preocupação pelo desaparecimento de uma testemunha-chave de casos importantes sobre a violação dos direitos humanos", disse a presidente. "Espero que seja algo momentâneo." O governador de Buenos Aires, Daniel Scioli, mandou fechar todos os acessos a Zárate.
Ligado à causa da defesa dos direitos humanos, Puthod preside a Casa da Memória de Zárate e desapareceu quando ia do local até a rádio onde trabalha.
Esteve preso durante mais de cinco anos em diferentes centros de detenção ilegais, onde foi torturado, durante a ditadura, e tem problemas cardíacos. Recentemente, organizou uma homenagem a duas vítimas da repressão.
Entre as causas de que Puthod é testemunha está a que investiga a descoberta de restos de pessoas desaparecidas na cidade de La Plata.
Puthod pode ser o segundo desaparecido do período democrático. Em setembro de 2006, o pedreiro Jorge Julio López, outra testemunha, desapareceu. Até hoje, seu paradeiro é desconhecido.


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