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CINQUENTENÁRIO
No dia do jubileu, premiê de Israel diz que um novo Estado árabe ameaçaria a segurança do país
Netanyahu descarta Estado palestino
das agências internacionais
Enquanto Israel celebrava com
paradas militares e um grande espetáculo noturno o dia de seu cinquentenário, ontem, seu primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, descartou a possibilidade de
criação de um Estado palestino.
Questionado se o seu governo
concordaria algum dia com a fundação de um novo Estado no
Oriente Médio, Netanyahu respondeu: "Não, por causa das associações que a palavra Estado
traz consigo. Um Estado poderia
construir um forte poderio militar, um Exército com mísseis, foguetes, metralhadoras, nas colinas
próximas a Tel Aviv".
O líder da Autoridade Nacional
Palestina (ANP), Iasser Arafat, já
anunciou que pretende declarar
um Estado nos territórios que administra, na Faixa de Gaza e Cisjordânia, em maio do ano que
vem. Pelos acordos de paz de 1993,
esta seria a data limite para o acerto do status final da ANP.
A secretária de Estado norte-americana, Madeleine Albright, vai
se encontrar separadamente, na
segunda-feira, em Londres, com
Arafat e Netanyahu. Na pauta das
negociações estará uma nova retirada de tropas israelenses de parte
da Cisjordânia.
Os EUA pressionam Israel para
que entreguem à ANP mais 13% da
Cisjordânia. No telegrama que enviou ao primeiro-ministro israelense, com cumprimentos pelo 50º
aniversário de Israel, o presidente
dos EUA, Bill Clinton, lembrou
Netanyahu sobre o caminho que
ainda falta percorrer para conseguir a paz na região.
Divisão interna
Manifestantes da direita religiosa e da esquerda pacifista israelense escolheram o mesmo lugar, ontem, para fazer seus protestos contra e a favor do avanço nas negociações com os palestinos: as colinas de Har Homa (Jabal Abu
Ghneim, em árabe), no setor
oriental de Jerusalém.
O local se tornou um emblema
da crise no processo de paz, paralisado desde março do ano passado, quando Netanyahu decidiu erguer colônias judaicas nessa porção árabe da cidade.
A polícia teve de formar uma
barreira de isolamento entre os
manifestantes dos diferentes grupos. Um integrante do Paz Agora
foi preso ao ultrapassar o cordão
policial para tentar impedir que os
militantes de direita chegassem às
colinas de Har Homa.
Comemoração
As cidades israelenses da costa
do mar Mediterrâneo assistiram
ontem a exibições de navios,
aviões e pára-quedistas do Exército. As apresentações aeronáuticas
começavam com o vôo do Spitfire
Negro, aeronave utilizada por Israel na guerra de 1948.
O vice-presidente dos EUA, Al
Gore, viajou a Israel para acompanhar as comemorações.
Ao chegar ao aeroporto de Tel
Aviv, Gore teve de esperar por cerca de meia hora dentro do avião,
enquanto agentes de segurança
dos EUA e de Israel chegavam a
um acordo sobre quem faria o serviço de guarda-costas do representante americano.
Os israelenses aproveitaram o
primeiro dia do feriado prolongado e lotaram as praias de Tel Aviv.
Temendo atentados prometidos
pelo grupo extremista islâmico
Hamas, o país fechou suas fronteiras com os territórios autônomos
palestinos, que só devem ser reabertas amanhã à noite.
O esperado espetáculo "Sinos
do Jubileu", que reuniu em um
estádio de Jerusalém os principais
artistas do país em uma produção
de US$ 7 milhões, encerrou as comemorações de ontem. No discurso de abertura, o premiê Netanyahu foi aplaudido ao dizer:
"Nós unimos Jerusalém, e ela não
será novamente dividida".
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