São Paulo, quarta-feira, 01 de junho de 2011

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Por ora, Brasil descarta medidas contra importação da Espanha

DE BRASÍLIA

O governo brasileiro informou que, por enquanto, não tomará nenhuma medida para controlar a importação de pepino vindo da Espanha.
A Europa investiga a suspeita de que pepinos espanhóis sejam responsáveis pela disseminação do surto infeccioso de uma variedade da bactéria Escherichia coli (E.coli), que já deixou pelo menos 15 mortos na Alemanha e um na Suécia.
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o problema está sendo acompanhando por meio da rede Infosan da OMS (Organização Mundial da Saúde) e, até o momento, o órgão não indica a necessidade de adoção de medidas especiais contra o produto.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Brasil só compra da Espanha pepinos em conserva -não crus, como os suspeitos de provocar as mortes.
Entre janeiro e abril deste ano, foram comprados mais de 8.000 quilos do produto (a Espanha respondeu por metade das vendas de pepino da União Europeia ao Brasil). No ano passado, foram comprados mais de 12 mil quilos.
Para Pedro Germano, sanitarista da USP (Universidade de São Paulo), o Brasil não deve se preocupar com um possível surto da doença. Segundo ele, o pepino na modalidade que chega ao país passa por um rigoroso processo tecnológico para baixar sua acidez e evitar problemas como o botulismo.
O procedimento de conservação industrial também envolve o tratamento dos alimentos a uma temperatura elevada. O objetivo, diz Germano, é eliminar micro-organismos ou desnaturar as enzimas contidas no produto.
O sanitarista da USP também descartou a possibilidade de que alguém que tenha sido infectado pela bactéria na Europa possa trazer a doença para o Brasil.
"Transmissão de pessoa para pessoa é praticamente impossível. É muito difícil que ela possa acontecer no Brasil, pois o período de incubação dura entre um e dois dias", explicou Germano.
(ANA CAROLINA OLIVEIRA)


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