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São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2003

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PAZ SOB ATAQUE

Brigadas dos Mártires de Al Aqsa assumem ação que matou búlgaro na Cisjordânia; grupo não aceitara trégua

Apesar do cessar-fogo, palestinos atacam

Baz Ratner/Associated Press
Policial de Israel é visto através de vidro atingido por disparo que matou búlgaro perto de Jenin


DA REDAÇÃO

Um operário búlgaro a serviço de Israel foi morto em ataque a tiros ontem na Cisjordânia, na primeira ação após o cessar-fogo anunciado no domingo pelos dois principais grupos terroristas palestinos -Hamas e Jihad Islâmico- e pelo Fatah, o mais importante grupo político palestino.
O ataque aconteceu em meio a novos movimentos em direção à implementação do novo plano de paz. Israel, que se retirou de parte da faixa de Gaza anteontem, deve deixar Belém (Cisjordânia) amanhã. E os premiês de Israel, Ariel Sharon, e palestino, Mahmoud Abbas, mais conhecido como Abu Mazen, se encontram hoje.
Israel e os EUA condenaram o ataque, mas se mantiveram comprometidos com o plano de paz.
A ação foi assumida pelas Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, grupo terrorista ligado ao Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat, e de Mazen. Porém, ao contrário do Fatah, as Brigadas dos Mártires de Al Aqsa não haviam assinado o cessar-fogo. Ontem, após o ataque, uma autoridade do grupo disse que eles não estavam comprometidos com a trégua e continuariam atacando colonos judeus e militares israelenses na Cisjordânia e na faixa de Gaza, ocupados por Israel na guerra de 1967.
Mais tarde, um comunicado do grupo disse que, a partir daquele momento, aceitava o cessar-fogo.
O búlgaro que foi morto no ataque trabalhava na reparação de uma estrada perto do assentamento judaico de Shaked, a 15 km de Jenin. É comum cidadãos da Europa Oriental trabalharem na construção civil em Israel.
O porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, afirmou que "há elementos que tentam impedir a paz", mas elogiou os recentes movimentos da ANP e de Israel.
Sharon enviou uma mensagem dúbia sobre o ataque. Ele afirmou que não ignoraria o atentado ocorrido na Cisjordânia. Mas depois acrescentou: "Até mesmo se os palestinos fossem o povo mais rápido e determinado do mundo, não poderíamos esperar que eles destruíssem o terrorismo num momento, a partir desta manhã".
Israel e EUA consideram o cessar-fogo insuficiente e exigem que a ANP desmantele os grupos terroristas. Já o premiê Mazen pretende com o cessar-fogo atrair os grupos para o campo da negociação política, abdicando do terrorismo. O Hamas e o Jihad, que pregam a destruição de Israel, se comprometeram com a suspensão dos ataques por três meses. Já o Fatah falou em seis meses.
Os três grupos exigiram que Israel acabe com seus ataques e os bloqueios nas cidades palestinas. Israel afirmou que agiria só quando soubesse que um ataque terrorista estava para ser cometido.
Israel passou o controle da segurança do norte da faixa de Gaza anteontem para a ANP. Os palestinos afirmaram que Israel irá se retirar de Belém amanhã. Porém os israelenses ainda não confirmaram a informação.

Com agências internacionais


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