São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2008

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Peru convoca seu embaixador na Bolívia em protesto contra Morales

Boliviano exortou povo a "resistir" a suposta instalação de base dos EUA no vizinho

DA REDAÇÃO

O governo do Peru convocou para consultas seu embaixador em La Paz, Fernando Rojas, para protestar contra declarações do presidente boliviano, Evo Morales, que chamou o "povo peruano" a "resistir" à suposta instalação de uma base militar dos EUA no país vizinho.
Em nota, a Chancelaria peruana disse que o governo rejeita as afirmações de Morales, porque "carecem de veracidade" e são uma "ingerência" em assuntos internos.
No sábado, Morales disse que, como Bolívia e Equador se negaram a abrigar uma base dos EUA, "agora [a] estão levando ao Peru". E exortou o povo peruano a "resistir e expulsar" a base do país.
A convocação do embaixador peruano culmina o mau momento das relações bilaterais. Ocorre após semanas de rusgas entre o presidente peruano, Alan García, que ataca os governos de La Paz e Caracas e quer se cacifar como aliado dos EUA na região, e o esquerdista Morales, que o acusa de "direitização" e submissão.
As diferenças envolvem ainda a acusação da Bolívia de que Peru e Colômbia querem isolar o país nas negociações para um acordo de livre-comércio entre a CAN (Comunidade Andina) e a União Européia. Por causa das divergências dentro da CAN, as negociações foram suspensas ontem pela UE.
O governo peruano diz que não há tratativas com Washington para a instalação de uma base americana no país.
Há duas semanas, porém, as Forças Armadas disseram estar negociando com os EUA a construção de um aeroporto militar em Ayacucho, no sudeste do Peru, base de remanescentes da guerrilha Sendero Luminoso, também envolvidos no narcotráfico.
Os militares do Peru dizem que o aeroporto não guarda relação com o "trabalho humanitário" que militares dos EUA realizam em Ayacucho desde o começo do mês. A atividade, que vai até agosto, foi duramente atacada pela oposição, que a considera de "fachada".
Desde que o Equador anunciou que não renovará a permissão para a base militar americana em Manta (no Pacífico), que termina em 2009, os EUA analisam alternativas na região. Uma possibilidade aventada foi a Colômbia, mas Bogotá também tem negado que existam negociações a respeito.


Com agências internacionais


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