São Paulo, quinta-feira, 01 de julho de 2010

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Irmão substitui candidato morto no México

Oposição critica chamado ao diálogo de Felipe Calderón e denuncia uso político

DE SÃO PAULO

O candidato a governador do Estado mexicano de Tamaulipas assassinado na segunda-feira, Rodolfo Torre Cantú, será substituído por seu irmão Egidio Torre Cantú no pleito deste domingo.
Ontem foi o último dia de propaganda política do pleito para governador e deputado em 14 de 31 Estados.
Egidio disse no rádio que sempre conversava com seu irmão e que conhecia "de muito perto suas propostas para o governo".
O assassinato de Rodolfo Torre é atribuído por analistas, mídia e governo mexicanos a grupos narcotraficantes que atuam no país.
Egidio Torre é candidato do PRI (Partido Revolucionário Institucional). Atualmente na oposição, o PRI governou o México por 70 anos. Em 2000, o PAN (Partido da Ação Nacional) saiu vitorioso das eleições presidenciais com Vicente Fox e, em 2006, com Felipe Calderón.
As eleições deste ano já eram vistas como uma prévia para o pleito presidencial de 2012, quando o enfrentamento entre esses dois partidos é esperado. Com a morte do candidato a governador, a tensão entre oposição e governo aumentou.

DISPUTA POLÍTICA
A presidente do PRI, Beatriz Paredes, disse que há disposição "para dialogar, mas com lideranças legítimas, e não com o fruto do oportunismo" de quem quer "ganhar a qualquer custo".
A declaração de Paredes é uma resposta ao pronunciamento no qual Calderón convocou todos os atores políticos do país a se unirem contra o crime organizado.
Já o líder do PRI na Câmara dos Deputados, Francisco Rojas Gutiérrez, aceitou diálogo com a Presidência, mas disse que era necessário um "novo caminho".
O candidato a presidente derrotado em 2006 Andrés Manuel López Obrador disse em um programa de rádio que as declarações do presidente são uma "nova manobra política" do governo.
López Obrador é do Partido da Revolução Democrática, coligado com o PAN em sete Estados. O coordenador do PRD no Senado, Carlos Navarrete, também condicionou o apoio a Calderón a uma mudança de estratégia.


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