São Paulo, sexta-feira, 01 de julho de 2011

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Funcionalismo britânico para, mas não obtém apoio popular

Greve é em protesto contra plano de reforma de aposentadoria

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

Governo e sindicatos do Reino Unido cantaram vitória ontem e divulgaram números conflitantes sobre a adesão à greve de professores e servidores públicos federais contra a proposta de mudança na aposentadoria.
Para o governo, menos de 100 mil servidores aderiram à greve. Segundo os sindicatos, mais de 200 mil.
O Reino Unido tem 6,2 milhões de funcionários públicos, mas pouco mais de 500 mil são representados pelos sindicatos que convocaram a paralisação.
A greve teve efeito no setor educacional. Metade das 21 mil escolas foram afetadas.
Nos aeroportos, não houve tumultos nos setores de migração. As administradoras do sistema aéreo remanejaram funcionários para cobrir os grevistas.
Também não se confirmou o temor de conflitos nas ruas. Houve passeatas pacíficas em várias cidades.
A polícia colocou 3.000 homens nas ruas de Londres. De tarde, na praça Trafalgar, marcada para ser um ponto de protestos, havia mais policiais que manifestantes.
A greve não conta com o apoio popular. Isso porque a reforma que o governo quer fazer afeta apenas os funcionários públicos, que têm um sistema de aposentadorias melhor que o dos trabalhadores do setor privado.
Tudo ainda está em discussão, mas, grosso modo, o governo quer aumentar o percentual de contribuição dos funcionários, elevar a idade mínima de aposentadoria de 60 anos para 66 e fazer com que o valor a ser recebido não seja igual ao último salário, mas equivalente à média dos últimos anos.
Os sindicatos são contra. Dizem que o governo quer cobrar mais e pagar menos. Já o Executivo afirma que o sistema quebra se não houver mudanças, porque as pessoas estão vivendo mais.
Mesmo o Partido Trabalhista, que é ligado aos sindicatos e está na oposição, condenou a paralisação.
Disse que o momento é errado porque as discussões sobre as mudanças na aposentadoria ainda não acabaram.
Apesar da aparente vitória do governo ontem, a previsão é de novas paralisações a partir de outubro.


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