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ANÁLISE
Bases entram na pauta da sucessão na Colômbia
NEWTON CARLOS
ESPECIAL PARA A FOLHA
Há muito se especulava sobre a ampliação da presença
americana em bases colombianas, já que o governo do Equador decidiu não renovar o visto
de permanência de uma base
dos EUA em seu território.
O que causou mais agressividade na reação de Chávez foi o
caráter duradouro que terá a
presença americana nas bases
na Colômbia. "Eles abriram as
portas aos que nos atacam permanentemente e preparam nova agressão contra nós", foi a
justificativa de Chávez para o
anúncio de que também a Venezuela vai incrementar seus
arsenais militares e que já teria
notificado a Rússia de que em
breve emitirá as relações de
compras. O objetivo é ter vários
batalhões de tanques.
Nesse meio-tempo, veio a
desforra do governo colombiano, acusando Chávez de ter fornecido armas às Farc. Significativo, porém, é o fato de que um
político colombiano tradicional seguiu mais ou menos a linha de Chávez. É o caso de Rafael Pardo, aspirante a candidato presidencial pelo Partido Liberal, de oposição a Álvaro Uribe. "As bases americanas podem ser interpretadas como
ato hostil a países vizinhos", escreveu ele no "El Espectador".
Desde já fica claro que a
questão das bases não alimentará somente a retórica de Chávez. Também será tema de primeira ordem nas eleições de
2010, sobretudo se Uribe disputar um terceiro mandato,
que é o desejo que esconde no
fundo da alma.
Já está se organizando uma
forte coligação de centro-esquerda sob a liderança do senador Gustavo Petro. Considerado um grande orador, ele é a figura de maior relevância dos
que se opõem a Uribe, a quem
trata de "terrorista de paletó e
gravata". Ainda não se sabe como Petro e os seus tratarão a
denúncia de que Chávez dá armas às Farc. Mas é certo que na
cabeça da agenda da oposição
estarão as bases americanas.
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