São Paulo, sábado, 01 de setembro de 2007

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Capital vive boom, mas é "cidade chinesa"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Lhasa, capital do Tibete, é hoje uma cidade "chinesa". Dos cerca de 300 mil habitantes, menos de um quarto é tibetano. A grande maioria tem origem chinesa. A cidade cresce em ritmo acelerado. Há novas construções por toda a parte, e as fachadas e a organização urbana fariam qualquer um confundi-la com outra metrópole chinesa, não fosse pelo bairro do Barkor, onde moram as minorias tibetanas e os poucos muçulmanos.
Os chineses também ocupam praticamente todos os cargos públicos e os empregos mais importantes. Aos tibetanos, sobram as ocupações no pequeno comércio.
O turismo pela capital começou nos anos 80, mas tem crescido ano a ano. O diretor do Escritório de Turismo do Tibete, Liao Lisheng, estima que o faturamento do setor tenha crescido 30% no último ano. Os turistas que chegam diariamente ao aeroporto de Lhasa somados aos que desembarcam pela recém-construída ferrovia que liga a capital tibetana a Pequim passaram de 1.000, no ano passado, para 4.000 este ano.
Segundo o site do governo chinês relacionado ao turismo no Tibete (www.en.tibet.cn), a região recebeu 2,5 milhões de turistas no ano passado. Para 2010 se espera registrar 10 milhões, uma taxa de crescimento do volume de turismo superior à de qualquer outra da China.
Nem por isso visitar a herança tibetana na cidade é tarefa fácil. "Para conhecer o interior do palácio de Potala [antiga residência dos Dalai Lamas], é preciso ter conexões", diz a turista australiana Angela Butler. Fotos no recinto são proibidas, e o ingresso, a US$ 14, leva a uma aglomeração de turistas já desde a madrugada -e a venda de lugar na fila é comum.
Um guia oficial do governo acompanha os turistas por apenas 4 dos 20 pisos do edifício, e tudo é visto às pressas. Seguranças informam que a limitação é necessária para acomodar todos os interessados na visita. (CV)

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