São Paulo, sábado, 01 de outubro de 2005

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CARIBE

Integrante de Conselho Eleitoral diz estar convicto de que será necessário mais tempo e fala até em mudar data para 2006

Eleição no Haiti pode ser adiada de novo

DA REDAÇÃO

O Haiti poderá ter de adiar de novo as eleições presidenciais previstas para 20 de novembro próximo, a primeira desde a derrubada do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, em fevereiro do ano passado. A avaliação foi feita ontem por um dos membros do Conselho Provisório Eleitoral.
Patrick Fequiere, um dos nove integrantes do órgão, afirmou que poderá ser necessário adiar o primeiro turno para o final de dezembro ou para janeiro de 2006, como forma de dar às autoridades tempo suficiente de organização.
"O calendário eleitoral é muito apertado", justificou. "Estou convencido de que teremos de adiar." Isso poderá ser necessário também, diz, para que a ONU e a OEA (Organização dos Estados Americanos), que já dão assistência, estejam prontas a assumir o processo por falta de estrutura do Conselho Eleitoral. "Não é hora para orgulho nacionalista", afirmou.
As eleições para presidente e 129 vagas no Congresso estavam marcadas para 13 de novembro, mas tiveram o primeiro turno adiado em uma semana, e o segundo, para janeiro, dando um pouco mais de tempo para a organização e a transferência de poder. A votação para cargos regionais já havia mudado de outubro para dezembro.
A Constituição em vigor no Haiti prevê que o governo eleito para substituir o provisório, no poder após a derrubada de Aristide, seja empossado até 7 de fevereiro de 2006, mas essa é uma tarefa considerada difícil de ser cumprida, diante da falta de infra-estrutura no país e da violência.
O Conselho Eleitoral aprovou 32 candidaturas presidenciais e mais de mil para os cargos legislativos. Muitos dos que tiveram a participação vetada, porém, apelaram e ainda tentam concorrer.
Uma comissão está avaliando se será possível realizar a votação em 20 de novembro e poderá divulgar seu parecer na próxima semana. Segundo o presidente do Conselho Eleitoral, Max Mathurin, nada está definido até agora. "Por ora, estamos fazendo o melhor para as eleições ocorrerem no prazo." Representantes da ONU e da OEA não quiseram comentar a possibilidade de novo adiamento.
O Conselho Eleitoral, que vem estendendo o prazo final para o registro de eleitores, afirma que cerca de 3 milhões de pessoas já se cadastraram. Um centro de registro deverá ser aberto na próxima semana na favela de Cite Soleil, reduto de partidários de Aristide.


Com agências internacionais

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