São Paulo, quarta-feira, 01 de outubro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

México

Guerra de cartéis deixa ao menos 22 mortos no México

Corpos foram encontrados nos últimos dois dias em Tijuana, importante rota do tráfico de drogas na fronteira com os EUA

Polícia atribui assassinatos a acerto de contas entre grupos que disputam a região; só em 2008, são estimadas mais de 3.000 vítimas do narcotráfico

DA REDAÇÃO

Pelo menos 22 corpos foram achados em quatro locais diferentes entre segunda-feira e ontem na cidade mexicana de Tijuana, fronteiriça com a americana San Diego, no litoral do oceano Pacífico. As mortes foram todas atribuídas pelas autoridades policiais a um acerto de contas entre narcotraficantes que disputam a região.
Na segunda pela manhã, 12 pessoas foram achadas em um terreno baldio ao lado de uma escola primária. Estavam em roupas íntimas ou nuas, com sacos plásticos e marcas de tiro na cabeça, amordaçadas e com as mãos atadas. Destas, 7 tiveram suas línguas cortadas. Outros cinco cadáveres foram achados em mais dois locais.
Além destes, mais cinco corpos foram encontrados na cidade, sendo que três estavam dentro de tonéis, submersos em líquido ácido. Nos três casos, bilhetes foram deixados. Em dois deles, havia ameaças a quem andasse com o "engenheiro", em referência, acredita-se, a Fernando Arellano Félix, tido como atual chefe do cartel de Tijuana.
As circunstâncias e a forma em que ocorreram os assassinatos indicam, para as autoridades, a autoria de narcotraficantes que se enfrentam pelo domínio de Tijuana, uma das principais rotas da droga para os EUA. "Estamos em guerra. Estamos em uma constante batalha", disse o procurador-geral do Estado, Romel Moreno.
O México vivencia uma onda de assassinatos, seqüestros e acertos de contas desde que o presidente Felipe Calderón, em 2006, assumiu o combate ao narcotráfico como uma bandeira do seu governo e colocou 36 mil soldados para enfrentar os cartéis que disputam o acesso ao mercado americano.
Apenas neste ano, o número de mortes ligadas ao tráfico de drogas é estimado entre 3.000 e 3.600, segundo meios locais.
Ontem à tarde, Calderón anunciou o envio ao Congresso de um pacote com novas medidas de segurança. Segundo "El Universal", estão previstas alterações na lei de segurança nacional e no código penal, a criação de um órgão de avaliação da polícia e a obrigatoriedade de pessoas flagradas com pequenas doses de narcóticos realizarem tratamento terapêutico.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Equador mantém a expulsão da Odebrecht apesar de acordo
Próximo Texto: Argentina: Campo volta a fazer locaute contra Cristina
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.