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PAZ DIFÍCIL
Em Hebron, palestinos atacam soldados; cresce tensão na região às vésperas de acordo para retirada israelense
Distúrbio fere 22 em feriado em Israel
das agências internacionais
Pelo menos onze palestinos e onze soldados israelenses ficaram feridos ontem após a explosão de
duas granadas na parte ocupada
por Israel no centro da cidade de
Hebron (Cisjordânia).
Segundo um porta-voz do Exército de Israel, um palestino arremessou as granadas contra soldados israelenses.
A explosão causou danos a um
veículo militar de Israel, ferindo
seus ocupantes, soldados que estavam no local e outros dois carros,
ocupados por palestinos.
O Exército israelense impôs um
toque de recolher e afirmou que o
autor do atentado tentou ir para a
área palestina. "Ele fugiu para o H1
(parte de Hebron controlada pelos
palestinos), e tentamos atirar. Talvez nós o tenhamos ferido, mas
não sabemos", disse o porta-voz
militar.
Testemunhas disseram que os israelenses atiraram com balas de
borracha depois que um táxi explodiu e um carro pegou fogo.
Os palestinos afirmaram que colonos judeus também atiraram,
mas usando munição comum.
O motorista do táxi, Yasser Ihmedat, 23, foi ferido na perna e levado a um hospital. "Estava esperando passageiros em meu carro
quando dez colonos vieram, rodearam o carro e ordenaram que
eu saísse dali. Um dos colonos jogou uma bomba no carro, que explodiu. Então eles começaram a
atirar", disse Ihmedat.
²
Processo de paz
O atentado abriu os noticiários
da televisão israelense, que deixou
de transmitir durante 24 horas devido à comemoração do Yom Kippur (Dia do Perdão), a data mais
importante do calendário judaico.
A cidade de Hebron se encontra
dividida entre a Autoridade Nacional Palestina (ANP), presidida por
Iasser Arafat, e Israel.
Cerca de 80% de seu perímetro
urbano foi entregue ao controle da
ANP em janeiro de 1997. Cerca de
400 colonos judeus vivem protegidos por dois mil soldados israelenses. Pelo menos 150 mil árabes vivem na cidade.
Os distúrbios de ontem podem
prejudicar as negociações de paz
entre palestinos e israelenses.
Arafat e Binyamin Netanyahu,
premiê de Israel, devem se reunir
em meados deste mês para discutir
um novo acordo para retirada israelense dos territórios ocupados.
Eles se encontraram, três dias
atrás, em Washington (EUA).
Arafat aceitou anteontem a proposta de retirada de tropas da Cisjordânia pela fórmula "10% mais
3%". Os 3% devem se transformar
em "reserva natural" (que terá
controle civil palestino e supervisão militar de Israel).
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