São Paulo, quinta, 1 de outubro de 1998

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ESCÂNDALO
Presidente quer investir US$ 5 milhões para melhorar a sua imagem
Democratas criticam gasto em publicidade pró-Clinton

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
de Washington

Parlamentares do Partido Democrata, do governo, reagiram com indignação à idéia de uma campanha publicitária de TV no valor de US$ 5 milhões em defesa do presidente dos EUA, Bill Clinton.
Eles acham que o dinheiro deveria ser empregado para ajudar suas próprias campanhas eleitorais. Toda a Câmara e um terço do Senado se renovarão em novembro.
A fúria dos democratas, que estão em minoria nas duas casas do Congresso, foi tamanha que o chefe da Casa Civil de Clinton, Erskine Bowles, se reuniu com os líderes do partido a fim de acalmá-los.
Um dos motivos para a revolta parlamentar foi o fato de que a campanha seria coordenada por James Carville, considerado pelos congressistas como um pesadelo de relações públicas.
Os líderes da oposição na Comissão de Justiça da Câmara continuam a preparar a resolução a ser submetida ao plenário da casa até o fim da semana que vem para dar partida às suas próprias investigações do caso Lewinsky. Ela será baseada no texto adotado 24 anos atrás para decisão similar em relação ao presidente Richard Nixon.
O texto de 1974 permitia à Comissão de Justiça investigar quaisquer acusações contra Nixon. O Partido Democrata quer que, desta vez, a resolução limite o poder da Comissão a investigações referentes ao caso Monica Lewinsky.
O jornal "The New York Times", o mais influente dos EUA, publicou ontem editorial em que defende a saída da censura parlamentar contra Clinton como forma de resolver o impasse político provocado pelo caso Monica Lewinsky.
O editorial afirma que "os cidadãos (dos EUA) não querem que esse assunto se arraste indefinidamente" e que, "exceto apareçam novas e explosivas provas, não há razão para que isso ocorra".
Todas as pesquisas de opinião pública mostram que a maioria dos norte-americanos prefere censura a renúncia ou impeachment.



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