São Paulo, Segunda-feira, 01 de Novembro de 1999
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DESASTRE AÉREO
Segundo os EUA, não há indícios de sobreviventes na queda do Boeing 767, ocorrido na costa do país
Avião da EgyptAir cai no mar com 217

MARCIO AITH
de Washington

Um avião da EgyptAir levando 217 pessoas caiu no mar à 1h50 de ontem (4h50 no horário de Brasília), perto da costa do Estado de Massachusetts, nos EUA, cerca de 30 minutos depois de ter decolado do aeroporto internacional JFK, em Nova York, com destino ao Cairo, no Egito. Não há indícios de sobreviventes.
Equipes de resgate recolheram destroços e pelo menos um corpo a cerca de 100 km ao sul da ilha de Nantucket, último local em que o avião foi localizado no radar.
O Boeing 767/300ER desapareceu na madrugada de domingo sem que a tripulação tenha feito nenhuma comunicação de emergência pelo rádio. As condições de vôo eram boas.
A aeronave levava 199 passageiros e 18 tripulantes. A EgyptAir informou que 62 egípcios, 2 sudaneses, 3 sírios e 1 chileno estavam a bordo. Não havia informações disponíveis para identificar a nacionalidade exata dos outros 131 passageiros. Segundo a EgyptAir, dezenas eram norte-americanos com dupla nacionalidade.
O vôo 990 da EgyptAir decolou de Los Angeles na noite de sábado, com atraso de quase duas horas por causa da troca de um dos pneus da aeronave. Foi divulgado pela empresa que 32 passageiros embarcaram em Los Angeles e 167 em Nova York.
Não houve registro de que a aeronave tenha perdido altitude depois de decolar do aeroporto JFK. Ela simplesmente sumiu dos radares, o que sugere a ocorrência de um evento "catastrófico", provavelmente uma explosão. Um dos radares detectou que o avião pode ter caído a uma velocidade de 7.000 metros por minuto.
Até ontem não havia nenhum indício de atentado terrorista. As autoridades e a imprensa foram especialmente cuidadosas ao mencionar essa possibilidade, justificando a atuação de investigadores do FBI (polícia federal norte-americana) como um procedimento padrão.
O FBI anunciou não haver, "até o momento", suspeita de ato terrorista. A agência concentra seus trabalhos no reconhecimento da identidade dos passageiros e em entrevistas com pessoas que tiveram contato com a aeronave antes da decolagem ou que desembarcaram em Nova York.
Passageiros são proibidos de embarcar em vôos internacionais originados nos EUA e desembarcar em escalas no território norte-americano. Segundo a EgyptAir, um passageiro embarcou em Los Angeles e desembarcou no aeroporto de JFK. Mas, por se tratar de empregado da companhia aérea, isso seria permitido.
O presidente dos EUA, Bill Clinton, disse que "não há indícios de crime" e apelou à opinião pública para que "não tire conclusões".
A Guarda Costeira conduz um "maciço trabalho de resgate" no provável local da queda da aeronave, onde os destroços foram localizados.
A "caixa-preta" do avião, que contém gravações da cabine e informações de vôo, não tinha sido encontrada até a noite de ontem.


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