São Paulo, sexta-feira, 01 de novembro de 2002

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SEQUESTRO

Fitas de áudio ligam ação a líder tchetcheno, afirma governo da Rússia
O governo russo divulgou ontem fitas com conversas telefônicas interceptadas com supostas provas de que o presidente rebelde tchetcheno, Aslan Maskhadov, estaria por trás da ação terrorista da semana passada, quando mais de 700 pessoas foram tomadas como reféns durante uma apresentação de uma peça musical em um teatro em Moscou.
O sequestro terminou na manhã de sábado, com a morte de cerca de 120 reféns e 50 terroristas. A morte da maioria dos reféns foi atribuída a um gás utilizado pelas forças russas para imobilizar os sequestradores antes de entrar no teatro para resgatar os reféns, 58 horas após a tomada do prédio pelos terroristas.
Para Sergei Yastrzhembsky, porta-voz russo na Tchetchênia, Maskhadov ficou desacreditado com a ação, deixando o governo russo sem interlocutores.
Durante o sequestro, o braço direito de Maskhadov, Akhmed Zakayev, preso anteontem na Dinamarca, havia negado qualquer participação de seu grupo na ação. Maskhadov foi eleito presidente em 1997, mas não é reconhecido pelo Kremlin.
A atual guerra na Tchetchênia teve início em 1999, após uma série de atentados a bomba em diversas cidades russas, atribuídos aos rebeldes tchetchenos, que deixaram cerca de 300 mortos.
O conflito, um dos mais sangrentos do planeta, já deixou mais de 14 mil rebeldes e 5.000 soldados russos mortos desde então. Somente ontem, pelo menos oito militares russos foram mortos em ataques rebeldes ou explosões de minas na Tchetchênia.
Em uma das fitas divulgadas ontem, em tchetcheno com uma narração em russo por cima, um homem identificado como o líder dos sequestradores do teatro, Movsar Barayev, dizia "Shamil", indicando que Shamil Basayev estaria presente durante o planejamento do ataque. "Shamil estava agindo sob instruções de Aslan", diz a voz.
"Há ainda outras evidências claras de que Maskhadov estava ciente sobre o desenrolar dos fatos e que as pessoas no teatro estavam atuando com o seu conhecimento", afirmou Yastrzhembsky.

Com agências internacionais


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