São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2004

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ÁSIA

Província afetada está sob lei marcial; mídia chinesa silencia

Confrontos étnicos irrompem na China e matam pelo menos 150

JOSEPH KAHN
DO "NEW YORK TIMES"

Confrontos violentos entre membros do grupo étnico muçulmano hui e da etnia majoritária han deixaram quase 150 mortos e forçaram as autoridades a declarar lei marcial em uma parte de Província de Henan, na China central, conforme relato de jornalistas e testemunhas na região.
As lutas começaram na sexta-feira depois que um motorista de táxi hui atropelou e matou uma menina han de 6 anos.
Parentes e amigos da vítima, na maioria han, viajaram ao vilarejo do motorista, de maioria hui, para exigir uma compensação, sem sucesso, despertando a ira dos vilarejos próximos.
Informada do incidente pela polícia, uma pessoa afirmou que 148 pessoas tinham sido mortas, incluindo 18 policiais.
Os confrontos envolveram milhares de pessoas no condado de Zhongmou. Como a polícia local não conseguiu reprimir a violência, autoridades enviaram para o local a Polícia Armada do Povo. A lei marcial foi declarada durante o fim de semana, estabilizando a situação.
A mídia chinesa não publicou uma linha sobre os confrontos em Henan. O bloqueio de notícias não é novidade, já que autoridades rotineiramente omitem informações sobre tensões étnicas.
Apesar de a maioria dos chineses pertencerem à etnia han dominante, o país tem 55 outros grupos, incluindo várias minorias muçulmanas.
Espalhados por diversas Províncias no centro e oeste do país, os hui não são considerados uma ameaça à estabilidade social, apesar de tensões terem sido freqüentes nos anos 80.
Muitas áreas hui seguem empobrecidas apesar do crescimento econômico em outras partes do país e seus membros dizem que o governo, dominado pelos han, faz pouco para mudar a situação.


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