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ÁSIA
Província afetada está sob lei marcial; mídia chinesa silencia
Confrontos étnicos irrompem na China e matam pelo menos 150
JOSEPH KAHN
DO "NEW YORK TIMES"
Confrontos violentos entre
membros do grupo étnico muçulmano hui e da etnia majoritária
han deixaram quase 150 mortos e
forçaram as autoridades a declarar lei marcial em uma parte de
Província de Henan, na China
central, conforme relato de jornalistas e testemunhas na região.
As lutas começaram na sexta-feira depois que um motorista de
táxi hui atropelou e matou uma
menina han de 6 anos.
Parentes e amigos da vítima, na
maioria han, viajaram ao vilarejo
do motorista, de maioria hui, para
exigir uma compensação, sem sucesso, despertando a ira dos vilarejos próximos.
Informada do incidente pela
polícia, uma pessoa afirmou que
148 pessoas tinham sido mortas,
incluindo 18 policiais.
Os confrontos envolveram milhares de pessoas no condado de
Zhongmou. Como a polícia local
não conseguiu reprimir a violência, autoridades enviaram para o
local a Polícia Armada do Povo. A
lei marcial foi declarada durante o
fim de semana, estabilizando a situação.
A mídia chinesa não publicou
uma linha sobre os confrontos em
Henan. O bloqueio de notícias
não é novidade, já que autoridades rotineiramente omitem informações sobre tensões étnicas.
Apesar de a maioria dos chineses pertencerem à etnia han dominante, o país tem 55 outros
grupos, incluindo várias minorias
muçulmanas.
Espalhados por diversas Províncias no centro e oeste do país,
os hui não são considerados uma
ameaça à estabilidade social, apesar de tensões terem sido freqüentes nos anos 80.
Muitas áreas hui seguem empobrecidas apesar do crescimento
econômico em outras partes do
país e seus membros dizem que o
governo, dominado pelos han, faz
pouco para mudar a situação.
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