São Paulo, quinta-feira, 01 de novembro de 2007

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Hillary sofre ataque de rivais democratas

Em debate, favorita entre eleitores do partido é acusada de abrir caminho para Bush invadir o Irã e de ser dissimulada

Foi o sétimo encontro entre pré-candidatos da oposição, mas o mais duro para a senadora; primárias começam em dois meses

DO "NEW YORK TIMES"

A senadora Hillary Rodham Clinton foi submetida a um ataque duro dos outros pré-candidatos presidenciais democratas na noite de terça-feira, num debate em que seus adversários contestaram sua coerência e a acusaram de estimular o presidente Bush a preparar a invasão do Irã.
No sétimo encontro dos pré-candidatos do partido, pareceu que Hillary estava se defendendo de críticas vindas de todos os lados, refletindo a vulnerabilidade decorrente de sua condição de candidata favorita -a dois meses da primeira primária, em janeiro, ela é a preferida de 38% dos eleitores democratas, contra 24% que preferem Barack Obama e 12% que votariam em John Edwards.
Hillary foi atacada por não propor planos específicos para a Previdência Social e contestada por ter votado a favor da designação da Guarda Revolucionária iraniana como organização terrorista. Foi tachada de dissimulada e de símbolo do establishment de Washington.
Obama acusou Hillary de "mudar de posição quando isso é politicamente conveniente", apontando para o Nafta, a tortura e a guerra no Iraque. Mas ele foi sobrepujado pelo ex-senador da Carolina do Norte John Edwards, que contestou repetidamente as credenciais e a credibilidade de Hillary.
"A senadora Clinton afirma acreditar que pode ser a candidata da transformação, mas defende um sistema de Washington que é corrupto e não funciona mais", disse Edwards. Ele acrescentou: "Acho que a população americana merece um presidente dos EUA que lhe dirá a verdade, que não dirá uma coisa em um momento e algo diferente em outro".
Hillary Clinton chegou ao debate sabendo que seria alvo, mas, à medida que o tempo passava, pareceu estar surpresa com a intensidade com a qual era questionada. Como evidência de que está transmitindo uma mensagem clara, ela apontou para o fato de que os republicanos a vêm atacando constantemente. "Os republicanos e sua obsessão constante comigo demonstram claramente que eles obviamente pensam que estou me comunicando com eficácia sobre o que farei como presidente", disse Hillary.
Edwards e Obama quase se atrapalharam ao oferecer uma interpretação diferente. "Parte da razão pela qual os republicanos são obcecados com você, Hillary, é que esse é um combate que eles se sentem à vontade em travar", disse Obama. "Outra visão do porquê de os republicanos não pararem de falar da senadora Clinton, senadora, é que eles podem realmente querer concorrer com a senhora", disse Edwards. "Acho que, se as pessoas querem manter o status quo, sua candidata será a senadora Clinton."
Hillary se negou a dizer se pressionaria o Arquivo Nacional a trazer a público correspondências entre ela e Bill Clinton, quando este era presidente. Foi acusada de falta de transparência.


Tradução de CLARA ALLAIN


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